O coordenador de Análises Criminais da Secretaria de Segurança do Rio Grande do Norte, Ivênio Hermes, foi preso ontem após efetuar disparos contra a casa de um vizinho.
Segundo consta na mídia natalense, ele se irritou porque crianças estavam apertando a campainha da casa dele e o profissional da área de segurança tentou resolver da pior forma possível: usando arma de fogo para intimidar.
O gesto desequilibrado de alguém tido na esfera pública do Estado como exemplo de moderação choca, revolta e mostra o quanto é nocivo armar a população.
O bolsonarismo logo levantou uma discussão rasa de que Ivênio, que é contra as teses bolsonaristas sobre armamento, é um hipócrita.
No meio disso, é preciso lembrar que Ivênio é um ex-policial federal e um dos profissionais da área de segurança pública mais visados do RN. Logo é natural se supor que ela tenha preparo e capacidade para usar arma de fogo, além da necessidade por ser um alvo em potencial de possíveis retaliações.
Se ainda assim ele puder ser acusado de hipocrisia dá uma discussão interminável envolvendo muitas subjetividades.
Quero me atentar a fato objetivo. Ivênio com todo preparo e consciência que, em tese, tem sobre o manejo de uma arma de fogo fez a loucura de atirar contra um vizinho por causa de uma brincadeira de criança, imagine o que fará um cidadão de bem com o poder de uma arma?
Com ou sem hipocrisia, a quase tragédia protagonizada por Ivênio Hermes não reforça as teses bolsonaristas sobre o armamento da população, mas mostram mais uma vez do quanto estas são equivocadas.
Por fim, não há mais a mínima condição para Ivênio se manter no Governo. Espero que ele seja exonerado antes de ser libertado.