Fala de Jean sobre candidatura ao Governo é “música para os ouvidos de Fátima”

Jean foi hábil nas palavras (Foto: reprodução)

Na política é preciso ir além do declaratório e a fala do presidente da Petrobras Jean Paul Prates (PT) na entrevista ao Roda Viva sobre o “plano zero” de disputar o Governo do Rio Grande do Norte tem muito mais coisas nas entrelinhas.

Primeiro que Jean é presidente da maior empresa do Brasil e a eleição é só daqui há três anos. Neste momento ele está retomando os investimentos da estatal no Rio Grande do Norte e precisa afastar qualquer viés eleitoral dos movimentos empresariais.

Dizer que tem planos de disputar o Governo agora seria desastroso. Jean foi hábil neste aspecto e mais hábil ainda quando disse que nenhum movimento político depende dele, mas do partido.

O presidente da Petrobras mostrou que entende como o PT funciona. É um partido de verdade, com decisões coletivas, apesar de ter em nível nacional um líder inconteste, o presidente Lula da Silva, e no Rio Grande do Norte ter uma líder também inconteste, a governadora Fátima Bezerra.

Fátima já andou cogitando ficar no mandato até o final, abrindo mão de disputar o Senado para conduzir a própria sucessão, isso é a senha para uma candidatura petista ao Governo do Estado. Jean sabe que isso acontecendo ele é o primeiro da fila e daí ele entrega qualquer decisão ao partido, leia-se Fátima e Lula.

A fala dele foi música para os ouvidos da governadora que já mostrou que não vai renunciar ao controle da sucessão em 2026.

Por outro lado, Jean lembrou do passado de lutas no movimento estudantil ao lado de Leonel Brizola e Darcy Ribeiro, fundadores do PDT. O presidente da Petrobras colocou aliados seus no comando estadual do partido no Rio Grande do Norte.

Não deixa de ser um aviso de que ele tem plano B.

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto