
Faltam insulinas na rede básica de saúde do município. Essa é uma manchete recorrente no noticiário local. A prefeita Rosalba Ciarlini (PP) vai culpando tudo e todos, mas são os diabéticos da cidade os penalizados.
Quando chegam as benditas insulinas, os medicamentos evaporam dos estoques. Erro de contabilidade? Falta de noção sobre a quantidade de pessoas que necessitam do medicamento? Ou simplesmente incompetência?
Fico com a última alternativa.
Talvez essa trapalhada mais recente em relação às insulinas sirva como uma injeção de realidade para a população sobre o mito de que Mossoró só dá certo com Rosalba no poder.
Ela não é infalível nem faz mágica.
Tudo bem, mas é preciso lembrar que os repasses na saúde foram 32% acima da previsão inicial em 2019. O povo não sentiu essa vantagem.
Nas outras passagens quando surfou em bons momentos da economia e com os royalties do petróleo servindo como recursos extras ela criou festas, fez a pioneira UPA do Alto de São Manoel e uma enormidade de praças. Não cuidou exatamente do povo promovendo políticas inclusivas nem preparou a cidade para o pós-Petrobras. São dívidas históricas que Rosalba vai ter que prestar contas nos debates eleitorais de 2020.
Lá atrás pensou no agora como hoje só pensa na reeleição custe o que custar.
Deu certo para ela. Depois foi eleita senadora e governadora. Neste segundo cargo deu as caras com a realidade de governar num cenário em que tinha que lidar com uma mídia mais independente em Natal, com uma Assembleia Legislativa que nem de longe tem o perfil submisso de uma Câmara Municipal de Mossoró e encarou muitas adversidades.
Rosalba preferiu culpar os antecessores e quando atrasou salário começou a abrir o rombo do Fundo Previdenciário do Rio Grande do Norte.
Prefeita pela quarta vez, graças à gestão desastrosa de Francisco José Junior, Rosalba repete no Palácio Rodolfo Fernandes a gestão pífia que teve a frente do Governo do Estado.
A injeção de realidade de suas trapalhadas administrativas se mostram por meio das insulinas, mas podem aparecer nos atrasos com fornecedores, na folha de 2016 que se amarra em míseros retroativos para ser fechada, nos atrasos salariais que prosseguem apesar do discurso do “salário rigorosamente em dia” ou nas humilhantes filas dos pais que buscam matricular os filhos nas escolas de Rede Municipal de Ensino.
Rosalba acabou com as BICs sem apresentar alternativas na segurança, renova contratos sem fazer licitações, contrata terceirizados de forma indiscriminada e faz empréstimos sem prestar esclarecimentos.
O povo vai recebendo essas injeções de realidade e ainda que sem as doses cavalares de zoada nas redes sociais que tínhamos nos tempos de Francisco José Junior ela vai começando a sentir que a idolatria de outrora vai ficando no passado.
A cada injeção de realidade que o povo pobre recebe é uma casa decimal que se ergue nas pesquisas de popularidade.