Fátima tenta o impossível na reforma da previdência

Fátima vai encarar o desgaste de reformar a previdência (Foto: Wilson Moreno)

A governadora Fátima Bezerra (PT) tenta o impossível na reforma da previdência estadual: construir um consenso com os sindicatos.

É obrigação de qualquer governante dialogar. Se Fatima não fizesse isso estaria criticando ela como o fiz com outros. O problema é que nenhum sindicato vai aceitar mexer em direitos de suas respectivas categorias.

Ontem o Governo propôs mudança na idade mínima para se aposentar. Mulheres vão de 55 para 60 anos e homens de 60 para 65.

Falta a faixa dos inativos que será taxada e alteração das alíquotas. Os representantes sindicais se retiraram da reunião de ontem na governadoria em sinal de protesto. A greve geral está marcada para os dias 3 e 4 de fevereiro.

A proposta de reforma será apresentada no começo de fevereiro para a Assembleia Legislativa. Não vai ter consenso com sindicatos e a governadora sabe disso.

O problema é que o Governo tem até o meio do ano para reformar a previdência para se adequar as normas do Governo Federal e receber recursos que serão usados para por a folha em dia.

Fátima fez o que tinha de fazer: dialogar.

O déficit previdenciário no Governo do Rio Grande do Norte é de R$ 130 milhões/mês. Não foi Fátima quem começou a atrasar os salários dos servidores neste século. O problema começou com Rosalba Ciarlini em setembro de 2013. Foi esta ex-governadora mossoroense quem teve a ideia de mexer no fundo previdenciário e começou a fazer isso no final de 2014 após várias tentativas frustras. Robinson Faria raspou o dinheiro dos aposentados e entregou o Governo com quatro folhas em aberto.

Sem fundo previdenciário a situação da folha de servidores se tornou insustentável.

Mas caberá a Fátima reformar a previdência para conter o rombo. Nenhuma reforma neste sentido é popular ou boa para os trabalhadores, mas se o gestor se propõe a levar adiante vai ter que encarar o desgaste.

Se propor reformar e não o fizer vai ser detonada sem resolver o problema. Se reformar vai ser criticada, mas contém o rombo.

Se for esperar por um consenso desista e fique só com o desgaste de ter cogitado reformar a previdência, governadora.

Comments

comments

Reportagem especial

Canal Bruno Barreto