O eleitor mossoroense separou a ex-governadora da ex-prefeita. Isso foi decisivo para fazer com que Rosalba Ciarlini (PP) voltasse a ser prefeita de Mossoró. Será a quarta vez que ela governará a cidade.
A pepista entrou na campanha numa situação contraditória. Era ao mesmo tempo considerada a melhor prefeita da história de Mossoró e a pior governadora do Estado.
Com um marketing bem feito, eficiente em saber esconder o lado negativo da “Rosa”, conseguiu exorcizar os fantasmas que rodeavam a campanha rosalbista.
Diferente dos adversários, para o bem e para o mal Rosalba conta com uma militância orgânica. Isso facilitou muitas ações de bastidores como as gravações vazadas de dentro da campanha de Francisco José Junior (PSD), o candidato a prefeito que acabou desistindo. A militância apaixonada atrapalha e ajuda, mas é o maior patrimônio de Rosalba.
Com isso, ela conseguiu deter o discurso do novo que residia em Tião Couto (PSDB) estancando o crescimento do tucano apontando as contradições em torno da campanha adversária que na reta final teve a imagem colada ao do prefeito Francisco José Junior. Isso gerou um medo do novo e impôs a tese da confiança num passado que deu certo para a maioria do eleitorado.
A prefeita eleita tem um grande desafio pela frente. Recolocar Mossoró nos trilhos e recuperar a capacidade do município de se desenvolver. Quando assumiu em 1997 ela herdou um quadro negativo, mas contava com um economia que ia bem e recebeu o reforço dos royalties do petróleo. Hoje esses valores são bem menores em termos proporcionais e foram incorporados ao orçamento regular. Não são mais um “extra”.
Além disso, a folha cresceu. Rosalba entregou a Fafá Rosado em 2005 um quadro de servidores que consumia 36% do orçamento. Agora receberá a gestão no limite prudencial e contando moedas para garantir o pagamento em dia.
A realidade é diferente também relação ao eleitorado. O povo não tem tanta paciência para discurso da terra arrasada.
Cá deste espaço torço pelo sucesso da gestão de Rosalba. Mossoró é a terra que escolhi para viver e onde meu filho nasceu. Quero que dê certo.
Nota do Blog: iniciamos com esse texto uma série de análises sobre as consequências da eleição de ontem.