Vamos pontuar sem meias palavras e arrodeios que a mídia do mercado financeiro está fazendo: ninguém dá a mínima para a terceira via, apesar de toda forçada de barra todos os dias.
E nesse bolo eu nem incluo Ciro Gomes (PDT) que construiu uma base social, mas está longe tanto de ser a terceira via idealizada pelos adoradores do “deus mercado” como de ter capacidade de por gente na rua.
A terceira via desejada é um Bolsonaro com a boca limpa e que consiga segurar talheres.
As manifestações ignoradas pelo povo ontem refletem o desempenho dos candidatos da terceira via que não empolgam.
Ninguém liga para Doria, Mandetta, Eduardo Leite, Amoedo e qualquer nome forçado para ser o “nem Bolsonaro nem Lula”.
Some-se a isso a falta de credibilidade do MBL para puxar um movimento de rua. O grupo tem sua história marcada por páginas de fake news e ataques de baixo nível contra a esquerda. Quando decidiram abrir o movimento já era tarde demais e ainda tiveram a petulância de exigir que as pessoas fossem de branco.
A maior parta da esquerda viu tudo isso com desconfiança. Afinal o MBL sempre jogou sujo e desta vez não seria diferente. Não por acaso o “pixuleco” que associa Lula a um criminoso estava lá, o antipetismo estava presente no movimento.
Não tinha clima para o maior partido de esquerda do país se fazer presente. O MBL abriu o movimento sem dar condições de receber contrários em clima de paz.
Quem quer agregar age com altruísmo. Parte da imprensa que critica o PT por se ausentar do evento exige uma postura masoquista do petismo.
Faltou legitimidade ao MBL e votos para a terceira via ligada ao mercado financeiro.
Prova disso?
A pesquisa da USP com os manifestantes da Avenida Paulista que indicaram que 16% deles votavam em Ciro e 14% em Lula. Ainda 54% disseram que votariam no petista. Nem num protesto “nem Lula nem Bolsonaro” os queridinhos do mercado financeiro se deram bem. (Leia mais AQUI).
O bolsonarismo sem Bolsonaro não tem capacidade de colocar gente na rua. A esquerda sabe que num segundo turno esse pessoal vai apertar o número do partido em que o atual presidente esteja de passagem por considerar Lula ainda pior que o genocida.
O “Fora Bolsonaro” só vai juntar gente se for uma manifestação suprapartidária cujo foco seja apenas pedir o impeachment do presidente sem envolver disputas ideológicas e liberando todas as bandeiras e cores.