A governadora Fátima Bezerra anunciou nesta segunda-feira, 20, a criação de um Departamento de Proteção a Grupos em Situação de Vulnerabilidade na Polícia Civil. O departamento cria uma série de delegacias especializadas. Dentre elas, está a de combate ao racismo, solicitada pela deputada Isolda Dantas (PT).
O departamento tem o objetivo de integrar delegacias específicas para casos de violência contra grupos vulneráveis, como negros, mulheres, LGBTS e pessoas com deficiência. Além disso, também foi criado um núcleo de atendimento psicossocial para as vítimas. “Nós estamos dando um passo hoje muito importante. A criação desse departamento de proteção aos grupos em situação em vulnerabilidade social significa dizer não a barbárie e sim a civilização. É disso que se trata”, declarou Fátima nesta segunda-feira.
Além de reunir delegacias já existentes, como a especializada no atendimento à mulher e a criança e adolescente, cria as delegacias para proteção da pessoa com deficiência, de combate ao racismo e o pronto atendimento a grupos em situação de vulnerabilidade.
A delegacia de combate ao racismo foi uma solicitação feita pela deputada estadual Isolda Dantas (PT) em maio deste ano. Isolda chegou a se reunir com a equipe da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesed) para discutir a possibilidade da criação da delegacia, que recebeu e considerou a demanda.
Na última quinta-feira, 16, a deputada voltou a solicitar a criação da delegacia. Esse pedido aconteceu após um quilombola ser amarrado e espancado por um comerciante no município de Portalegre. “A criação desse departamento junto com a criação da delegacia de combate ao racismo é muito simbólica. Não podemos ficar indiferentes ao que aconteceu em Portalegre, não podemos ficar indiferentes em ver um ser humano torturado”, afirmou a deputada Isolda.
Para Isolda, a criação da delegacia é urgente devido ao número de denúncias de racismo recebidas pelo mandato. “Nos dois anos de mandato que nós temos, esse número de denúncias por racismo aumentou. Muitas pessoas não procuram a Polícia Civil porque temem não serem atendidas corretamente. E, quem denuncia, geralmente não é atendido corretamente”, disse Isolda.
“Isso mostra a necessidade de uma delegacia especializada no combate ao racismo. É preciso que o Estado olhe para o racismo como de fato ele é: um crime. E investigue os crimes de racismo corretamente”, concluiu a deputada.
Para a governadora Fátima, a criação desta política é resultado de uma gestão comprometida com as pautas sociais aliada a um corpo técnico qualificado. “O Rio Grande do Norte nesse momento se soma a um seleto grupo de apenas cinco Estados que instituem pautas civilizatórias como estamos fazendo nesse exato momento”, disse.