Em coletiva de imprensa realizada em Natal no início da tarde desta quarta-feira, 24, para atualização dos dados referentes à pandemia do novo coronavírus, a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, falou sobre a abertura de novos leitos e sobre a prorrogação da retomada das atividades econômicas por sete dias, anunciadas essa semana em novo Decreto do Governo do Estado.
A previsão, segundo a Governadora, é de que até o final do mês sejam abertos mais 20 leitos de UTI no Hospital João Machado; onze de UTI e seis clínicos em Pau dos Ferros; dois de UTI em Caicó; dez leitos de UTI e seis clínicos em Assú; cinco leitos de UTI no Hospital São Luiz em Mossoró; dez de UTI no Hospital Coronel Pedro Germano (Hospital da PM); um leito de UTI em Guamaré e cinco leitos de UTI em São Gonçalo, no Hospital Belarmina Monte. Também está prevista abertura de leitos em João Câmara e em Santo Antônio.
De acordo com a Governadora, cerca de 390 leitos, entre críticos e clínicos, foram criados pelo Governo do Estado, inclusive, em parceria com os demais poderes e com os Ministérios Públicos.
Ela afirmou que o Estado empenhou mais de R$ 100 milhões, sendo parte do Governo Federal, parte do Governo Estadual e parte advindo das doações que o Estado tem recebido, e que o dinheiro tem ido, principalmente, para locação e operacionalização dos leitos de UTI.
Durante a coletiva, a Governadora comentou as dificuldades enfrentadas no Brasil e no mundo, em relação à aquisição de insumos. “Mas nós temos enfrentando dificuldades, por exemplo, de recursos humanos, bem como de outros insumos”, disse.
No que se refere à prorrogação das medidas de distanciamento no RN por sete dias, Fátima Bezerra foi questionada sobre se acredita que o prazo é suficiente para reduzir a taxa de ocupação de leitos no Estado. “Essa medida que nós tomamos de prorrogar as medidas restritivas em curso de distanciamento e isolamento social ela se faz necessária. Nós estamos seguindo a orientação da ciência, a orientação do nosso Comitê Científico local, bem como também, a recomendação dos Ministérios Públicos do nosso Estado. Por quê? Porque, infelizmente, a situação da pandemia no nosso Estado inspira muitos cuidados ainda. Nós estamos chegando exatamente no pico e nesse momento, mais do que nunca, a gente precisa conter a propagação do vírus, para que nós possamos, o mais rapidamente possível, vencer exatamente essa fase e chegar na chamada, digamos assim, curva achatada. Ao mesmo tempo, nós temos que olhar para o que está acontecendo no Brasil e no mundo. Vários estados que decidiram fazer a reabertura das suas atividades econômicas, trouxe o agravamento do ponto de vista da pandemia e tiveram que recuar agora, adotando, inclusive, medidas mais rígidas, medidas mais restritivas”, disse.
Com relação à pressão sobre o Governo, ela respondeu que a situação faz parte, que entende a pressão e que também tem que olhar para a questão dos empregos.
“O que nós temos aqui é que ter sabedoria e responsabilidade, na condição de governadora para não deixar estabelecer essa dicotomia entre a vida e a economia, porque sem a vida não vai ter economia também”, acrescentou.
A Governadora falou ainda sobre a possibilidade de o setor produtivo acionar a Justiça para que a retomada das atividades econômicas ocorra antes dos sete dias de validade do novo Decreto. Fátima Bezerra comentou que o processo de judicialização tem acontecido em outros estados do Brasil. “Mas eu quero dizer aqui que se isso acontecer eu espero que a Justiça mantenha a decisão que o Estado tomou”, afirmou.
Questionada se o dia 1º de julho seria, realmente, a data limite para retomada das atividades econômicas ou se haveria possibilidade de prorrogação, a Governadora respondeu: “Isso vai depender da evolução da pandemia. Como eu já deixei claro, nós dialogamos com todos, o setor produtivo, com os trabalhadores, mas quem me dá o tom é a ciência, através do Comitê Científico local, formado por especialistas das mais diversas áreas, de grande credibilidade. A nossa expectativa é uma expectativa positiva”
Durante a coletiva, Fátima Bezerra voltou a ressaltar a importância do Pacto pela Vida, da participação de prefeitos e prefeitas e da união de todos. Ela lembrou que ainda não existe vacina contra o coronavírus e que só o isolamento social é eficaz.