A Governadora Fátima Bezerra (PT) recebeu ontem (05) em reunião a equipe técnica do Ministério da Saúde. Foram discutidos o cenário atual da pandemia no estado do Rio Grande do Norte com apontamento dos dados, redução da ocupação dos leitos Covid, reversão dos leitos, desafio da variante Delta e perspectiva do futuro pós-covid.
Representando o Governo também estiveram presentes do secretário de saúde Cipriano Maia, do coordenador do Laboratório de Inovação Tecnológica (Lais) Ricardo Valentim e equipe técnica da Secretaria de Saúde Pública do RN (Sesap).
Representaram o Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, secretário executivo do MS, Alessandro Vasconcelos, secretário executivo adjunto, Sérgio Okane, secretário de Atenção Especializada à Saúde e Mydia Gurgel, superintendente regional do MS. Participaram da reunião, Maria Eliza Garcia, presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do RN (Cosems) e Aldenísia Albuquerque, presidente do Conselho Estadual de Saúde do RN.
Alessandro Vasconcelos informou que está em fase da aprovação o envio de 10 milhões de testes por mês para todo o país e o pedido de aprovação da medida provisória para garantir recursos e repasse aos estados para a manutenção da assistência em todo o território brasileiro. Na ocasião o secretário destacou o motivo da visita ao estado. “Estamos aqui para aproximar, conhecer mais de perto a realidade, entender as necessidades e estreitar os laços e contatos para que juntos possamos enfrentar o vírus”, disse.
O secretário de saúde Cipriano Maia apresentou o cenário epidemiológico, mostrando o indicador composto e as necessidades mais urgentes que o estado tem hoje. “Nós estruturamos uma proposta, no início da gestão, de reorganizar o sistema de saúde e regionalizá-lo, e quando estávamos no início do processo, veio a pandemia. Contudo, conseguimos levar assistência a todas as regionais de saúde”, aponta.
Cipriano Maia fez uma retrospectiva e destacou que o RN é o primeiro estado a elaborar o plano de contingência, a ter uma estrutura de rede regionalizada e a busca de fortalecimento com as universidades, sempre acreditando na ciência como condutor.
“Buscamos todas as parcerias possíveis para tentar fazer o melhor. Destaco o fortalecimento da vigilância sanitária, do Laboratório Central, o Lacen, quando já fizemos mais de 250 mil testes, além da parceria com o Instituto de Medicina Tropical e com o Lais que nos trouxe transparência nos dados, oferecendo à população e aos órgãos de controle o acompanhamento em tempo real de todo o panorama da pandemia, através das taxas de ocupação de leitos, hospitais disponíveis, solicitações de leitos e além disso o Rnmaisvacina que traz à população, também tem tempo real o acompanhamento da vacinação em todo o nosso estado”.
Hoje, o Rio Grande do Norte se encontra num momento confortável, com taxa de ocupação em 35%, sem pacientes em fila. “Já tivemos 300 pacientes em fila por UTI com 100% de ocupação e hoje vivemos esse momento mais tranqüilo. Porém temos consciência do desafio da variante Delta, como podemos acompanhar os outros países com o repique de casos”, disse.
Para o controle da variante, que ainda não foi confirmada no estado, o secretário Cipriano Maia ressaltou duas necessidades importantes: “precisamos de duas coisas: intensificar testagem, faço um apelo ao MS para a chegada de testes rápidos de antígeno. E o segundo pedido é acelerar a compensação das doses de vacinas já aprovada pela Câmara Técnica. Tivemos um prejuízo, quando houve o beneficiamento dos outros estados por alguns motivos particulares dos outros estados e ficamos em defasagem de 250 mil doses e queremos recompor essas vacinas. Que elas possam vir o mais rápido possível”, destacou.
O secretário lembrou ainda, sobre o início dos testes voluntários que serão feitos no aeroporto de São Gonçalo do Amarante, que favorece a vigilância genômica. “ Vamos começar as testagens dos passageiros que chegam ao aeroporto. Nossa proposta é realizar 350 testes para o seqüenciamento genético na intenção de rastrear a variante Delta no território”.
Leitos Covid e não Covid – Outro pedido importante é a habilitação dos leitos. “Precisamos ter um financiamento compatível com o que existe para a Covid. Temos hoje uma insuficiência de teto MAC e precisamos dessa ampliação urgentemente”, avalia. Cipriano lembrou que o estado paga hoje a complementação das tabelas de serviços e profissionais junto aos municípios para garantir os serviços, devido à defasagem da tabela do Ministério da Saúde.
Hoje o estado tem em curso o Plano da redução da mortalidade materno infantil, a retomada das cirurgias eletivas, com contratação para ampliar a oferta para que sejam feitas 2 mil cirurgias por mês. Além disso, está em curso a implementação das Policlínicas o integradas regionais através dos consórcios Interfederativos, que fortalece o SUS nas regionais de saúde,descentralizando o serviço e oferecendo assistência para a população sem que necessite deslocamento.