Redução dos índices de violência, quatro folhas salariais atrasadas deixadas pela gestão anterior sendo quitadas, volta da normalidade fiscal e implantação do PROED que está atraindo investimentos para o Estado.
Só isso já é suficiente para dizer que a governadora faz uma gestão bem superior a de seus antecessores Robinson Faria e Rosalba Ciarlini que atrasaram salários e tocaram uma série de iniciativas desastradas que afastaram investimentos do RN.
Não por acaso, diferente dos dois citados, ela chega ao final do terceiro ano de mandato com a reeleição viabilizada e liderando todas as pesquisas.
Ainda assim, ela poderia ter uma avaliação melhor, mas em média 40% dos potiguares desaprovam a gestão e ela está longe de ter uma reeleição tranquila.
Fátima é uma governadora que não controla o noticiário, principalmente na capital. Sem contar que sofre uma oposição pesadíssima na Assembleia Legislativa. O tom das críticas a ela são bem mais elevados do que foram a Robinson e Rosalba.
Um símbolo da derrota de Fátima na batalha da comunicação é o caso dos respiradores pagos e não entregues pelo Consórcio Nordeste. O MP de Contas descartou corrupção da parte da gestão dela, não existe qualquer indício de que ela tenha agido de má fé (até deputados de oposição reconhecem isso), foi ela quem denunciou o caso e ainda assim a governadora colhe um desgaste enorme por causa disso.
O assunto é objeto de uma CPI em que o presidente Kelps Lima (SD) vaza informações sigilosas (o que é crime) sem praticamente ser questionado na imprensa estadual e ele passou a controlar o debate público sobre o tema pautando a mídia.
O Consórcio Nordeste está reduzido ao assunto dos respiradores sendo que existem avanços importantes e o governo de Fátima simplesmente não consegue pautar a ampliação para esse debate.
A título de exemplo um fato objetivo: o prefeito de Natal Álvaro Dias foi alvo de uma operação em que a gestão dele é acusada de superfaturar a compra de respiradores obsoletos.
Do ponto de vista moral isso é muito mais grave porque é um caso de corrupção, diferente de um calote sofrido em uma compra emergencial.
O desgaste de Álvaro é mínimo. Ninguém toca neste assunto, não existem adversários pautando o debate público sobre o assunto.
A diferença é que o prefeito de Natal controla o debate público na mídia e na sociedade.
Quando um governante perde a capacidade de pautar o debate público é um sinal de alerta para futura derrota eleitoral.
A batalha da comunicação está sendo perdida pela governadora porque são seus adversários que pautam o debate público.