Parte da mídia potiguar tem apostado no quanto pior melhor não importando os custos disto para a sociedade do Rio Grande do Norte que sofre há uma semana com ataques terroristas. Já são mais de 50 municípios com pelo menos uma ocorrência registrada.
As facções criminosas têm a seu favor o fator surpresa e é papel da mídia contribuir não atrapalhando o trabalho das polícias. Enquanto os policiais se desdobram para conter a onda criminosa, boa parte dos colegas disparam informações falsas, erros jornalísticos por atropelos na apuração e divulgam cartas apócrifas atribuídas ao comando do Sindicato do RN, a facção criminosa que atua para espalhar o terror no “sofrido elefante”.
Parte da imprensa age realmente de má fé. Outra parte está numa busca desenfreada para dar uma satisfação ao público de que não “passa pano” para a governadora Fátima Bezerra (PT) e nesse objetivo é que muitas vezes gente séria se mistura com os canalhas que querem tirar proveito da situação.
Esta página tem feito a parte dela evitando veicular documentos apócrifos, divulgando vídeos e informações checando após conversar com as fontes e tomando o devido cuidado para não colaborar com os criminosos.
Aqui não quero atacar o trabalho de nenhum colega em específico, mas dar um alerta sobre os procedimentos neste tipo de crise.
O caso que mais incomodou de ver foi o tratamento dado a informação sobre o artefato explosivo estourado na ponte de Igapó, na Zona Norte de Natal. A forma como a história foi repassada ao público dava a entender que uma bomba explodiu a ponte. Depois de esclarecido que se tratava de um objetivo constituído de pólvora prensada que se limitou a fazer um grande estrondo, logo surgiu uma nova confusão: usaram imagens da ponte como prova do potencial lesivo da ameaça da noite da terça-feira, dia 21. Uma ligação para a STTU esclareceria de que se tratava de um problema antigo. Hoje foi necessário o comando do Itep informar que uma perícia descartou dano ao explosivo.
Mesmo com o esclarecimento muitos não apagaram as postagens. Outros fizeram retratações tímidas e mantiveram a postagem original como se não acreditassem no trabalho dos peritos.
Quem achou que espalhando esse tipo de desinformação estava atuando para desgastar a governadora contribuiu para semear o pânico na população e fortalecer a causa dos criminosos.
Ficaremos apenas nesse exemplo para reforçar: espalhar
fake news é fortalecer os bandidos.