O Judiciário do Rio Grande do Norte assiste com distanciamento a tragédia no Presídio de Alcaçuz sem mover uma palha. A elite togada neste momento veraneia nas suas confortáveis casas no litoral do Estado enquanto o Governo bate cabeça, inerte, diante da cena dantesca dos bandidos assumindo controle da maior penitenciária potiguar.
Temos um judiciário ineficiente, incapaz de ter a agilidade necessária para retirar dos presídios os detentos que cometeram crimes mais leves e já poderiam estar liberdade condicional.
O judiciário lembra o imperador romano Nero que governou Roma entre os anos 54 e 68 da era cristã. Ele chegou a incendiar a capital do Império Romano e reza a lenda que enquanto o povo se desesperava pelas ruas da cidade eterna ele ficou tocando harpa. Lembra o nosso judiciário que vive fechado em copas acumulando dinheiro, segundo o ex-presidente Cláudio Santos são mais de R$ 500 milhões em caixa, enquanto os bandidos tocam terror no sofrido elefante.
Não preciso ir mais além. Estão dadas duas sugestões para o judiciário colaborar com o contribuinte que o sustenta: devolver à sociedade pelo menos uma parte desses R$ 500 milhões e fazer um mutirão para libertar presos que já cumpriram penas ou estão aptos à liberdade condicional dando prioridade, neste último caso, aos de bom comportamento, claro.
O Rio Grande do Norte paga caro demais para uma elite togada distante dos problemas do povo e alheia aos acontecimentos.
Já passou a hora dos magistrados terem mais lucidez.