Quem acompanha o Blog do Barreto conhece em profundidade o caso Kerinho, mas aos mais desavisados não custa relembrar: em 2018 ele foi candidato a deputado federal e teve o registro negado por não ter apresentado no prazo a comprovação de quitação eleitoral.
Kericles Alves, conhecido como Kerinho, ignorou duas intimações e teve o registro negado pela Justiça Eleitoral, decisão que chegou a ser mantida de forma monocrática no TSE pelo então ministro Jorge Mussi.
Tudo mudou quando os seus 8.990 votos fizeram a diferença para garantir a reeleição de Beto Rosado (PP). Com novos (e caros) advogados, Kerinho conseguiu uma extemporânea reabertura do processo e o caso ganhou novas proporções com seis dos sete documentos que ele dizia ter apresentado.
Faltava a quitação eleitoral. O Blog do Barreto chegou a demonstrar no final de 2018, que Kerinho sequer conseguia tirar a certidão.
Ainda assim, o TSE decidiu manter Beto até que o caso fosse julgado novamente no TRE, o que só aconteceu no final de janeiro do ano passado. No meio dessa confusão ainda se provou que o então candidato não tinha se desincompatibilizado de um cargo comissionado na Prefeitura de Monte Alegre.
O registro foi novamente negado e Fernando Mineiro (PT) chegou a ser diplomado deputado federal e enquanto aguardava a posse uma nova decisão monocrática do TSE deu uma liminar que foi mantida pelo pleno no meio de 2021.
Até hoje o mérito não foi julgado.
Pois bem!
Ontem o Ministério Público Eleitoral anunciou uma lista com 50 candidaturas impugnadas, entre elas a de Kerinho pelo mesmo motivo de 2018: ausência de comprovação da quitação eleitoral por causa de multa não paga.
Um rosalbista chegou a interpelar este operário da informação dizendo que está tudo esclarecido junto ao MP Eleitoral. Como não creio em má fé do parquet concluo que a impugnação de Kerinho pelo mesmo motivo de 2018 é um tapa na cara da história política recente do Rio Grande do Norte.