
Na berlinda em Brasília e incensado no RN, o ministro do desenvolvimento regional Rogério Marinho tem sido bastante cortejado por parte da elite política e empresarial do Estado em um momento crítico de sua carreira nacional.
Marinho é um dos protagonistas do esquema conhecido como “tratoraço” denunciado pelo Jornal Estado de S. Paulo que aponta um esquema de liberação de recursos via orçamento paralelo para aquisição de tratores superfaturados atendendo a parlamentares em sua maioria da base governista.
Marinho nega.
Após a denúncia ele tirou alguns dias para se dedicar ao Rio Grande do Norte. Concedeu entrevistas em que inventou que o Governo do Estado usa recursos da Barragem de Oiticica para pagar, dentre outras coisas, salários atrasados quando na verdade o dinheiro foi bloqueado para pagar dívidas diversas sendo necessário a atual gestão conseguir a proibição dos bloqueios no Supremo Tribunal Federal (STF).
O ministro sonha com o Senado embora seja cotado para o Governo. Para os dois cargos ele tem tido baixo desempenho nas pesquisas de intenção de voto, mas seu nome empolga o meio empresarial e lideranças políticas como o presidente da Assembleia Legislativa Ezequiel Ferreira (PSDB) que chegou a declarar apoio.
No entanto, esse lançamento da candidatura de Rogério ao Senado melindra Fábio Faria (PSDB), ministro das comunicações. Ele já disse que se disputar algo no RN em 2022 é o Senado porque o pai, Robinson Faria (PSD), que está inelegível, vai ser candidato a deputado federal caso recupere os direitos políticos.
O plano A de Fábio é ser companheiro de chapa de Jair Bolsonaro, mas se não der certo sua aposta é o Senado, inclusive ele vai migrar para o PP por causa disso. No entanto, no campo bolsonarista Rogério está avançando para não deixar espaço para o colega ter alternativas políticas.
Os acontecimentos da semana deixaram Fábio isolado. Segunda-feira ele cumpre agenda no Rio Grande do Norte. Será a vez do ainda pessedista ocupar os holofotes por aqui onde aparece de vez em quando.