Lula no RN mostrou-se focado em se redimir com a opinião pública

Lula em Natal ouviu lideranças e tentou aparar arestas (Foto: redes sociais)

Um ex-presidente saudável, bem humorado, disposto a ouvir e acima de tudo com sangue nos olhos para se redimir com a opinião pública nacional.

Assim foi descrito o ex-presidente Lula dos bastidores na agenda de dois dias que ele cumpriu na capital do Estado.

Uma das principais preocupações de Lula era saber se alguns dos legados de sua gestão no Estado estariam funcionando. “Cadê a ZPE (Zona de Processamento de Exportações?”, foi uma das primeiras perguntas que fez quando chegou. “E o aeroporto?”, questionou a respeito do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante.

Lula lembrou que essas foram demandas da classe política potiguar que ele atendeu quando esteve no poder. “Enchiam o saco”, bricou.

Outro aspecto que chamou atenção foi o bom humor. Fez piadas, brincou com a história da foto que viralizou nas redes sociais que mostrava a sua forma física em dia para um senhor de 75 anos e elogiou a carne de sol potiguar.

Mas Lula queria ouvir. Conversou com o empresariado potiguar, que tem lhe sido hostil nos últimos anos, não por acaso este foi o evento que menos rendeu fotos nas redes sociais. Na conversa Lula elogiou a FIERN e fez um resgate dos tempos de seu governo em que todos ganharam.

Além de conversar com os aliados, ele também reservou tempo para costurar alianças e reforçar parcerias. Assim foi o tom das conversas políticas.

Foi nesse clima que ele esteve com o ex-senador Garibaldi Alves Filho e o deputado federal Walter Alves, ambos do MDB. Ao contrário do especulado, o jantar não tratou de fechamento de chapas. Foi muito mais uma primeira conversa em que o presidente aparou as arestas do passado e se mostrou disponível ao entendimento.

Ele veio ouvir.

O objetivo é ser eleito presidente pela terceira vez em 2022 e se redimir com a opinião pública após ser preso por mais de 500 dias e conseguir provar que foi alvo de um julgamento parcial que resultou nas anulações das condenações, ele quer mostrar que pode fazer diferente caso receba mais uma chance do povo.

As pesquisas indicam que sim. O eleitor potiguar em sua maioria também parece disposto a contribuir para isso. Pelo menos é o que mostram os números.

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto