Uma tradição política de Mossoró nos últimos 70 anos é a da cooptação política dos adversários pelos Rosados, grupo hegemônico na cidade.
Todos que ousaram alguma vez enfrentar os Rosados em algum momento foram cooptados por eles. Poucos resistiram aos encantos de Vingt e Dix-huit Rosado no passado. Poucos escapam de em algum momento da vida política ter tido alinhamento direto ou indireto com Fafá Rosado, Sandra Rosado ou Carlos Augusto Rosado/Rosalba Ciarlini.
No passado um exemplo clássico é o dos ex-deputados estaduais Manoel Mário, Lauro da Escóssia Filho e Assis Amorim. O primeiro deixou a condição de aluizista da resistência aos Rosados para se converter em um rosalbista de quatro costados. O último chegou a ter “um voto contra Vingt Rosado” como slogan de campanha para deputado estadual, o que lhe rendeu uma vitória em 1970.
No início dos anos 1980 o médico Leodécio Fernandes Néo combateu os Rosados e tentou se colocar como alternativa, mas terminou sendo um grande aliado da família no final daquela década.
O PT que combateu os Rosados por 28 anos terminou indicando o vice de Larissa Rosado por duas eleições consecutivas: 2008 (Tércio Pereira) e 2012 (Josivan Barbosa).
Agora é a vez de Jorge do Rosário, que formatou em 2016 junto com Tião Couto um projeto de empresários para fazer frente à família que domina Mossoró. Rosário se torna em 2020 o que por muito pouco não foi há quatro anos: o vice de Rosalba. Ele que já foi aliado dela no passado, agora retorna ao antigo lar político.
O rosalbismo agiu com régua e compasso a estratégia de atração do empresário. Primeiro poupou ele da máquina de destruir reputações que possui. O foco sempre foi atacar os deputados estaduais Isolda Dantas e Allyson Bezerra (SD). O poupado Jorge era afagado nos bastidores até se tornar vice da prefeita de Mossoró.
A história se repetiu mais uma vez.