Ministro do Turismo diz que Brasil receberá US$ 30 bi quando legalizar cassinos

Diante a uma persistente crise econômica que já atinge muito tempo, que foi potencializada e agravada com todos os problemas ocasionados pela pandemia, a regulamentação dos cassinos apresenta uma possibilidade positiva de investimento estrangeiro para diversos setores que atualmente estão prejudicados.

Em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan, o ministro do Turismo, Gilson Machado, comentou sobre os aspectos positivos que a aprovação de um dos projetos que tramita no Congresso agrada do ponto de vista financeiro: “Tem vários projetos no Congresso Nacional. Um deles é o do Senador Irajá Abreu, muito semelhante ao dos americanos. Agora, a hora que o Brasil abrir para isso, nós temos já dados que vão vir mais de US$ 30 bilhões para serem investidos no Brasil assim… automaticamente”.

Este projeto que o ministro se refere prevê a implementação de cassino associados à resorts, com uma estrutura voltada para o turismo, um modelo que já existe nos Estados Unidos com resultados positivos, como, por exemplo, o The Venetian, do grupo Las Vegas Sands, que foi citado por Machado durante a entrevista: “Eles têm um centro de convenções que roda por semana 180 mil pessoas. No hotelzinho dele não cabe porque só tem onze mil quartos. Mas ele lota todos os hotéis no entorno. Fora isso, há mais de 200 lojas, restaurantes e dois teatros que fazem shows ao mesmo tempo. Quando a gente estava lá, tinha dois shows, ao mesmo tempo, do Willie Nelson e do Rod Stewart na mesma hora e todos os dois lotados. Sem contar as piscinas… E tem a parte dos resorts dos cassinos, que representa 24% do faturamento de um resort integrado”.

Relacionado a preocupação de boa parte dos que são contra a regulamentação dos cassinos no Brasil, sob o argumento da possibilidade do vício em jogos se alastrar, o ministro voltou a citar o exemplo do The Venetian: “Aquele que é viciado em jogo não consegue jogar lá. Eles identificam e o tiram. Então se montarem um cassino aqui ou na Argentina e fizerem uma coisa errada aqui, ele perde a concessão lá por causa do compliance. Ele montou cassino em Cingapura e o governo americano fiscaliza o mundo todo essa parte”.

Um dos questionamentos ao ministro foi sobre a possibilidade de seguir o exemplo de Las Vegas, onde uma região pobre e desértica foi transformada em um dos maiores polos turísticos do mundo, devido ao atrativo gerado pelas estruturas dos cassinos, algo que muitos acreditam que seria benéfico para as regiões mais pobres do Brasil.

No entanto, segundo Gilson Machado, o principal entrave para essa transformação seria o tempo necessário para o retorno do investimento: “A região hoje que os donos dos cassinos escolheriam seria aqui em São Paulo e no Rio de Janeiro porque estão perto de aeroportos. Las Vegas passou 90 anos para virar “Las Vegas”. Não é você chegar hoje em uma região pobre do Brasil, como no Nordeste, que não tem estrutura e não tem nada. Você vai demorar 20 anos pelo menos para poder construir um aeroporto e construir tudo”.

É importante salientar que diversas empresas consolidadas em outros mercados internacionais já demonstraram interesse em explorar o setor de jogos no Brasil, como a Melbet, fundada em 2012 como uma subsidiária do gigante conglomerado cypriota 1X Corp N.V., que possui atividades em 134 países.

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto