
O Ministério Público do Rio Grande do Norte elaborou um dossiê sobre o grupo Policiais Antifascismo. A informação foi dada em primeira mão pelo jornalista Rubens Valente do UOL.
Segundo a publicação o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECCO) fez um levantamento sobre a atuação de 20 policiais militares, dois policiais civis e um bombeiro militar.
O documento elaborado pelo promotor Wendell Beetoven Ribeiro Agra foi finalizado em 29 de abril deste ano com o título “relatório técnico de análise”.
Os profissionais de segurança tiveram as redes sociais devassadas além do acesso a dados pessoais como endereço e filiação. O objetivo era identificar se o grupo Policiais Antifascismo atuam como uma organização paramilitar ou milícia privada ou partidária.
“O relatório do Gaeco faz diversos ataques aos ‘policiais antifascismo’. Diz que o apoio que eles prestam ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em redes sociais, por exemplo, é ‘apologia de autor de crimes’”, diz a reportagem.
O promotor Wendell Beetoven Ribeiro Agra passou a investigar os policiais a partir do momento em que eles passaram a se posicionar contra ações dos bolsoristas potiguares contra o isolamento social logo no início da pandemia do novo coronavírus no país. Um dos fatos que incomodou foi a publicação de um vídeo no Youtube pelo policial civil Pedro “Chê” Paulo Chaves Mattos, um dos líderes do movimento (ver abaixo).
O Blog do Barreto fez contado com Pedro Chê que falou que irá responder nos espaços institucionais. “Isso é um abuso contra pais de família que não querem qualquer mudança institucional fora das leis. Somos contra milícias, grupos de extermínio e a favor do estado democrático de direito. Tem pessoas da área que fazem exatamente o contrário e exorbitam falas nas redes sociais, inclusive ameaçando o STF, e não vemos nada desse tipo”, avaliou.
Também fizemos contato com a Assessoria de Comunicação do Ministério Público que enviou uma declaração do promotor Wendell Beetoven já publicada na reportagem do UOL: “Mas o meu objetivo não é político. Nunca foi. O que o MP, enquanto órgão controlador da atividade policial, não pode aceitar é a falta de neutralidade político-partidária das polícias, senão a função policial passa a ser utilizada em prol de uma ideologia e para autopromoção de agentes públicos armados. Em outras palavras: cria-se uma polícia política. E isso não é democrático nem lícito.
O policial, como pessoa física, fora do trabalho (sem exibir arma ou distintivo), pode ter e professar a ideologia política que quiser. Mas, no exercício da função, tem que agir com neutralidade e imparcialidade”.
Assessoria também enviou despachos que mostram as ações do promotor (confira abaixo):
117.2020.000071-Despacho-2020-0000149209
117.2020.000071-Despacho-2020-0000131374
Lei a reportagem completa AQUI.