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Ao justificar o voto contra o Projeto de Lei 948/2021, que permite que a iniciativa privada compre vacina contra a Covid-19, a deputada federal Natália Bonavides (PT) criticou a proposta por entender que ela fura a fila.
Para a parlamentar é inaceitável que seja legalizado um mecanismo que permite que empresários furem a fila de vacinação prioritária. “Aprovaram o fura-fila, um verdadeiro camarote particular das vacinas. Fizeram isso no dia em que o país registrou mais de quatro mil mortes. Precisamos fortalecer o SUS e o Plano Nacional de Imunização, algo que o projeto aprovado não faz. Não podemos concordar em criar uma fila de vacinação para ricos e outra para pobres”, pontuou a parlamentar.
Segundo especialistas que falaram com o G1 “o projeto é inconstitucional, sem utilidade para o SUS e uma tentativa do lobby de empresários de enfraquecer a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), único órgão no Brasil com autoridade para aprovar o uso de medicamentos”.
O projeto defendido pela direita na Câmara destaca que a atuação do setor privado irá agilizar a vacinação. Mas para a oposição essa visão é equivocada, pois isso não ocorreu em nenhum lugar do mundo justamente porque faltam vacinas. Assim, autorizar a venda para empresários favorece somente a eles e não a classe trabalhadora.
Apoiado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o projeto foi admitido e votado no mesmo dia, mesmo com a tentativa de obstrução pela oposição. Aprovado com 317 votos a favor e 120 contra.
Natália foi a única integrante da bancada potiguar a rejeitar a proposta.