Na TV 247 a deputada federal Natália Bonavides (PT) analisou a possível chapa Lula-Alckmin nas eleições do ano que vem.
A parlamentar acerta na avaliação dos fatos: 1) Alckmin está deixando o PSDB; 2) Alckmin não renunciou ao neoliberalismo; 3) ele apoiou o impeachment de Dilma.
São verdades insofismáveis. Natália está correta.
No entanto, ela se equivoca ao não compreender a conjuntura em que essa aliança se forma. O Brasil vem enfrentando uma profunda instabilidade político e a aliança do maior líder de esquerda do país com uma figura da direita moderada simboliza uma mensagem de conciliação e foco na estabilidade política que vai produzir desenvolvimento. Ela também se recusa a admitir que para formar uma frente ampla é preciso se reconciliar com os algozes do passado.
A questão é de ordem pragmática: sem a direita a esquerda não ganha e se ganhar não governa.
Entendo o esforço da deputada para ser coerente, mas ela mostrou que é possível fazer uma análise precisa e ainda se equivocar por se limitar a uma parte quando temos em jogo o todo.