A lei das terceirizações foi aprovada na calada da noite enquanto a massa ignara se divertia compartilhando memes na Internet sobre a crise provocada pela Operação Carne Fraca.
Poucos setores levantaram a voz contra a proposta que vai fortalecer o setor que mais massacra o trabalhador cortando direitos garantidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e pagando salários 40% mais baixos.
Mas só a classe média com ideologia de esquerda levantou a voz. A massa que será a maior prejudicada não falou, não foi as ruas.
Hoje 13 milhões de brasileiros trabalham em empresas terceirizadas, isso corresponde a algo em torno de 25% dos empregos formais no país. A tendência segundo estudo divulgado pelo Jornal Valor Econômico é de que até 75% dos brasileiros devem migrar para as terceirizadas nos primeiros sete anos após a sanção da lei.
A luta contra essa proposta, que certamente será sancionada na íntegra pelo presidente Michel Temer, está terceirizada. Os mais atingidos deixaram nas mãos dos líderes sindicais que se limitam a falar nos parcos espaços da mídia a respeito desse assunto.
Os sindicatos não se mobilizaram a tempo de barrar a proposta que passou sem dificuldades e a massa nem fez questão de que houvesse uma luta. Está acomodada deixando que os outros lutem por ela.
Luta terceirizada, como o trabalho terceirizado, não tem força nem ajuda o trabalhador.