Novo salário do prefeito de Mossoró é um tapa na cara dos professores e expõe um Allyson que se julga imune ao absurdo

Prefeito dá reeleição como certa e se julga imune ao absurdo (Foto: redes sociais/Allyson Bezerra)

Não. Não sou contra reajuste de salários de políticos. Combato toda e qualquer demagogia antipolítica que nos empurra para o acasalamento com a cadela do fascismo que está sempre no cio como escreveu um dia o dramaturgo Bertoldt Brecht.

Mas há uma medida nas coisas.

Mossoró é uma cidade de 264 mil habitantes e não há cabimento que o prefeito daqui receba um salário R$ 34.774,64. É maior que o da governadora Fátima Bezerra (PT) que atualmente R$ 21.914,76 para comandar os destinos de 3,5 milhões de potiguares.

Até concordo que o salário de Fátima é defasado, mas a desproporcionalidade é gritante. Allyson, que adora apontar o dedo para a governadora, não seguiu o exemplo de austeridade dela.

Até porque há poucos meses ele negou o reajuste do piso dos professores e encerrou a greve pela força da justiça enquanto Fátima atendeu a categoria.

Ano passado Fátima abdicou de aumentar o próprio salário.

Para se ter ideia do quanto será desproporcional o salário do prefeito de Mossoró a partir de 2025, o prefeito de São Paulo Ricardo Nunes (MDB) atualmente ganha R$ 35.462,00. A capital paulista é a mais populosa do país com 11,4 milhões de habitantes.

A desproporção do salário do prefeito com o tamanho de Mossoró é um tapa na cara nos professores que tiveram reajuste do piso negado sem direito a negociar e é uma demonstração que Allyson se julga imune ao absurdo.

Allyson dá a reeleição como certa e já planeja disputar o Governo do Estado em 2026, inclusive.

No parlamento

Os deputados estaduais vão ganhar R$ 34.774,64, o mesmo que o prefeito ganhará em 2025. Há aí uma lógica, um vereador de Mossoró vai receber R$17.387,32.

A proporcionalidade foi mantida.

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto