A pesquisa do Instituto Seta feita para o Blog do BG mostra uma boa dianteira da prefeita Rosalba Ciarlini (PP) na corrida eleitoral de 2020. Em números redondos ela tem 19 pontos percentuais de vantagem para o segundo colocado.
A soma de todos os outros nomes postos é de 26% contra 27 dela. Comparando-se com a pesquisa do mesmo instituto publicada pelo Blog do Barreto em abril, a prefeita oscilou positivamente dentro da margem de erro. A soma da oposição em abril era de 49% em um dos cenários. Agora é 26%, queda de 23%.
Apresentados os números e os comparativos é hora de entendê-los.
Por que os números são traiçoeiros para a prefeita? Ela é candidata à reeleição, nome 100% conhecido em Mossoró e é reconhecidamente a maior liderança política da cidade. Mesmo com tudo isso, a prefeita é ignorada por 73% do eleitorado na pesquisa. Ela não consegue reunir em torno de si 33,33%, ou seja, um terço do eleitorado.
A prefeita está restrita ao eleitorado mais fiel que ela tem. Daí os números serem traiçoeiros para ela.
A aposta em velhas estratégias será a insistência no erro. O excelente Mossoró Cidade Junina 2019 não trouxe melhora da avaliação como esperado. A aprovação oscilou para baixo dentro da margem de erro. A desaprovação caiu 5% em números redondos, mas esse eleitor migrou para a condição de “Não sabe/Não respondeu”. Na prática a diferença entre aprovação e desaprovação caiu apenas 2%.
A prefeita segue favorita, mas precisa rever os métodos políticos, coisa que não vai fazer. A aposta será no discurso emocional e na construção de uma estratégia que segure o crescimento de algum nome da oposição.
Para a oposição os números são ainda mais preocupantes se você se apegar apenas as estatísticas, mas pesquisa eleitoral exige uma leitura mais profunda, indo além do que a tabulação dos dados mostra.
Oficialmente o único nome posto como candidato é o professor e empresário Gutemberg Dias (PC do B). Todo meio político sabe que a postulação não é para valer. Os nomes da oposição são mera especulação pelos postos e representação deles.
O recado do eleitor é claro e sábio: quer mais tempo para analisar as alternativas. Não por acaso, 46% dos entrevistados não apresentaram candidatos na pesquisa estimulada e 73% na espontânea.
O eleitor não se sente representado por nenhum dos possíveis candidatos da oposição porque eles ainda não marcaram posição. Como escrevi esta semana: não existe um contraponto à Rosalba. Ela surfa sem ser incomodada. Quem está insatisfeito com a gestão ainda não encontrou a referência.
Para a prefeita quanto menos debate na esfera pública melhor. Essa é uma aposta correta que ela faz em termos de estratégia. Se o eleitor não conhecer bem as alternativas pode votar nela para não arriscar uma aventura política.