A pesquisa do Instituto Seta divulgada na quinta-feira apontou que dos eleitores do Rio Grande do Norte que declararam voto a algum candidato ao Senado apenas 49% garantem que a decisão é definitiva.
O número é bem aquém do nível de decisão de voto definitivo para presidente (83%) e dos 64% para governador.
São 51% dos eleitores que ou admitem mudar o voto ou não souberam responder, o que é um indicador de volatilidade no voto para o Senado.
Para presidente, Lula vem mantendo uma vantagem na faixa dos 30 pontos percentuais sobre Bolsonaro. Para o Governo do Estado Fátima Bezerra tem vantagem de 22 pontos e venceria no primeiro turno com 56% dos votos válidos de acordo com a média das oito pesquisas divulgadas até agora em agosto.
Já para o Senado o quadro é bem diferente.
O ex-prefeito do Natal Carlos Eduardo Alves (PDT) está em um momento de estagnação. O pedetista oscilou um ponto para baixo em relação a julho e está com 23%. Já Rogério Marinho (PL) cresceu três pontos e está tecnicamente empatado.
O deputado federal Rafael Motta (PSB) ainda está com o status de “corre por fora”, mas subiu dois pontos chegando a 11%.
É uma disputa acirrada, com dois candidatos pesados e com dificuldade de crescer. Some-se a isso um terceiro colocado com rejeição abaixo de dois dígitos. Esses ingredientes tornam a eleição para o Senado ainda mais imprevisível.
Para quem analisa as pesquisas eleitorais como uma “corrida de cavalos” alerto que 42% dos eleitores na média das pesquisas estão sem candidato ao Senado se dividindo entre brancos/nulos e indecisos.
Já registrei aqui nesta página (ver AQUI) que excetuando 1990 todas as disputas pelo Senado com uma única vaga em jogo no Rio Grande do Norte foram marcadas por viradas históricas.
As eleições de 2006 e 2014 sofreram mudanças bruscas na reta final com respectivamente.
Há 16 anos Rosalba Ciarlini virou para Fernando Bezerra no fim de semana da eleição. Em 2014, Wilma de Faria levou virada de Fátima na segunda quinzena de setembro.
Em 2018, num cenário com dois votos para o Senado, Styvenson Valentim e Zenaide Maia só se desgarraram de Garibaldi Alves Filho e Geraldo Melo nos últimos dias de setembro.
O histórico recente é de definição do voto para o Senado na reta final da eleição. Os números levantados até aqui indicam que esse comportamento se repetirá em 2022 dada a baixa taxa de voto fidelizado e a alta quantidade de eleitores sem candidatos ao cargo hoje ocupado por Jean Paul Prates.
Para presidente os potiguares estão firmes na escolha, para governador a decisão está ocorrendo e pelo andar da carruagem o Senado ficará por último na disputa majoritária.
O jogo está em aberto.