Nunca Natal foi tão de ninguém. O prefeito Álvaro Dias (MDB) aparece na pesquisa Seta com algo em torno de 22% das intenções de voto. É muito para alguém que sempre fez política na Região do Seridó e caiu de paraquedas na política natalense.
Álvaro é, por enquanto, favorito, mas o quadro nem de longe é confortável. O cenário aponta um quadro parecido com as eleições de 2016 quando o prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT) liderava contra vários candidatos de oposição com baixa intenção de votos. No entanto, se compararmos o atual mandatário do Palácio Felipe Camarão com seu antecessor é perceptível uma maior fragilidade eleitoral e espaço para candidatos de oposição crescerem.
O melhor nome da oposição é a deputada federal Natália Bonavides (PT) que tem 11% e demonstra um bom potencial para crescer. O problema é que a petista tem deixado claro que não vai para a disputa.
Confesso que esperava um desempenho melhor do deputado estadual Kelps Lima (SD), mas ele segue abaixo dos dois dígitos na preferência do eleitor.
A grande surpresa na pesquisa foi o desempenho do comunicador Bruno Giovanni, editor do Blog do BG e apresentador da FM 98, que foi citado por 5% dos entrevistados.
Diferente de Mossoró, que não elege profissionais da mídia desde 1982, Natal gosta de votar em gente que se destaca na imprensa. Foi assim lá atrás com Carlos Alberto que chegou a ser senador, com sua filha Micarla de Souza, Luiz Almir que quase foi eleito prefeito em 2004 e tantos outros que conquistaram vagas na Câmara Municipal e Assembleia Legislativa.
Na pergunta qual a maior liderança política da cidade, os mais citados pelos natalenses foram, pela ordem, a governadora Fátima Bezerra (6%) e o ex-prefeito Carlos Eduardo Alves (3%). Esses percentuais mostram um vácuo com ares de latifúndio para o aparecimento de nomes novos na capital.
O que também chama atenção é que os tradicionais sobrenomes Alves e Maia seguem em baixa na capital. Nenhum filho ou neto dessas famílias aparece como alternativas. O próprio prefeito, que é do partido dos Alves, busca voo solo.
Em síntese: a frase “Natal não é de ninguém. Natal é da liberdade” cunhada por Djalma Marinho nunca esteve tão em alta.
Nossa capital é um campo aberto para o surgimento de novas lideranças políticas no Estado.