O Senador Styvenson Valentim (PSDB) celebrou recentemente o avanço das obras de pavimentação asfáltica no município de Porta Alegre, no Oeste Potiguar. Em vídeo publicado em suas redes sociais, o parlamentar destacou a chegada de sua “usina de asfalto” à região, prometendo transformar a realidade de diversas prefeituras, retirando a população da “poeira, lama e buraqueira”. Contudo, a técnica utilizada na pavimentação tem gerado controvérsias entre especialistas e levantado questionamentos sobre o real custo-benefício para os cofres públicos.
Nos registros, Styvenson aparece entusiasmado, apresentando o que chama de “futuro”. Segundo o senador, serão pavimentados 3 quilômetros de vias em Porto Alegre, em parceria com a prefeitura local. As imagens mostram operários aplicando uma camada fina de material asfáltico diretamente sobre uma via de barro, sem uma preparação profunda de base.
Mas o Blog do Barreto encontrou a análise de o engenheiro civil Fabrício Rossi, que analisou o uso desta mesma técnica no interior do Maranhão.
Fabrício expressou sérias preocupações quanto à longevidade desse tipo de intervenção. Segundo o especialista, a aplicação de asfalto diretamente sobre a terra, sem a devida base e sub-base, compromete drasticamente a estrutura do pavimento.
“Se for sobre terra, não vai durar mais do que um ano, principalmente depois das primeiras chuvas”, alertou o engenheiro no vídeo. Ele complementou afirmando que o asfalto pode não suportar sequer o tráfego de veículos pesados, como os caminhões que circulam pela região.
A crítica central foca no desperdício de recursos. De acordo com a análise técnica apresentada, a falta de imprimação adequada e o uso de técnicas simplificadas podem resultar em uma obra que dura apenas até o próximo período eleitoral, exigindo novos gastos para recuperação em curto prazo.
“Isso vai ser desperdício de dinheiro público. Nós no Brasil merecemos obras públicas muito melhores”, concluiu o especialista.
Enquanto o Senador Styvenson Valentim apresenta as obras como uma solução rápida para os problemas de infraestrutura do interior potiguar, o alerta técnico sugere a necessidade de uma fiscalização mais rigorosa. O questionamento que fica para a população de Porto Alegre e região é se o asfalto que chega hoje será o mesmo que resistirá às chuvas de amanhã.
