O Bolsominion

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Os Minions são personagens do Desenho Meu Malvado Favorito. O termo Bolsominion é a junção dos Minions com o sobrenome do malvado favorito deles, o pré-candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL/RJ).

No desenho, os Minions são manipulados pelo “Meu Malvado Favorito”, Gru.

A alusão não é apenas mera coincidência.

O Bolsominion é um personagem curioso das arengas diárias do Facebook. Ele odeia a corrupção, mas desde que ela se limite ao PT. Para ele todas as mazelas do país são culpa de um único partido.

Bolsonaro dizer que usa dinheiro do auxílio-moradia para “comer gente” não tem nada demais. É coisa da mídia “petralha”. Bolsonaro pode atacar as feministas, os negros e qualquer pessoa que tenha se beneficiado com programas sociais.

Os bolsominions vibram!

O Bolsominion odeia tudo que não gire em torno de Bolsonaro. Quem clama por empatia está de “mimimi”.

Aliás, para o Bolsominion tudo é “mimimi”. Feminismo é coisa de mulher feia, “mal-comida”. Lutar por justiça social é coisa de “vagabundo”. A causa dos negros é “vitimismo”. O LGBTQ+ que reclamar também é “vitimista” com um agravante: será acusado de querer impor a própria orientação sexual fazendo do Brasil uma “ditadura Gay”.

Há ainda alguns bolsominions que possuem Síndrome de Estocolmo: o negro, o pobre, homossexual e a mulher bolsominion. Eles simplesmente não se sentem atingidos pelas frases feitas do “Mito”.

Para o Bolsominion, o que aconteceu na madrugada do dia 31 de março para 1º abril de 1964 foi uma revolução e não um golpe de estado.

Como podemos ver, além da empatia os livros de história não são o “forte” dos Bolsominions. Afinal de contas, para que se importar com os outros ou perder tempo com leitura se existem frases feitas que “vencem” qualquer debate. Todo argumento sempre será rebatido por um Bolsominion com “é mimimi” ou “isso é vitimismo”. Postar memes com informações deturpadas é uma estratégia “fatal” do Bolsominion.

Claro, não pode faltar slogans como “Bolsonaro 2018” ou “É melhor Jair se acostumando”. Esse último sempre em tom ameaçador.

Não subestime um Bolsominion, ele sonha com uma intervenção militar. Na cabeça dele, não teve corrupção nem violência na época dos generais. Já disse: livro de história não é o “forte” deles.

Por falar em livro de história, o Bolsominion acha que existe conspiração comunista em tudo. Para ele tudo que é escrito é “doutrinação petralha”.

Outra teoria da conspiração muito apreciada pelo Bolsominion é a de que todo gay é pedófilo e quer, com a ajuda dos esquerdistas, fazer das escolas um antro de “doutrinação” para fazer as crianças serem gays. O Bolsominion tem uma verdadeira tara pelo tema. Mas é aí que a preocupação dele com as crianças se encerra. Se o pimpolho for pobre que se vire para vencer na vida. O importante é que a criança não seja homossexual.

O argumento mais “complexo” de um Bolsominion é dizer que o fascismo e o nazismo são ideologias de esquerda.

O Bolsominion é um cristão que prega a pena de morte. Para ele vingança está acima do perdão. Não por acaso uma das frases feitas preferidas dessa categoria facebookeana é “bandido bom é bandido morto”.

Para o Bolsominion a chegada de Jair Bolsonaro ao poder vai acabar com a violência num passe de mágica. Para ele basta sair matando todos os bandidos que tudo vai acabar.

O Bolsominion pode ser um cara legal, mas também pode ser o sujeito de caráter duvidoso. Eu me esforço para encontrar bons propósitos em alguns bolsominions, principalmente naqueles que estão entrando na onda por estarem revoltados com a política tradicional. O problema é que Bolsonaro é um político tradicional com 30 anos de atuação. Tem três filhos exercendo mandatos e já colocou uma ex-esposa no ramo.

Quer coisa mais típica de político tradicional do que infestar seu sobrenome nos parlamentos da vida?

O Bolsominion idolatra Jair como um “deus” tanto quanto seus inimigos mortais, os petistas, fazem com Lula. Eles carregam seu Messias nos braços nos aeroportos e fazem inaugurações de outdoors com fotos e slogans do “mito”, deles.

Logicamente o Bolsominion que estiver lendo este texto e se sentir magoadinho vai me dar block nas redes sociais. Outros ao vestirem a carapuça vão dar aquele xingamento básico me chamando de “parcial”, “petista”, “comunista safado”, etc…

Mas meu bom bolsominion, eu também gosto de você.

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O “Isentão”

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto