O bolsonarismo aluciando encheu as ruas do país, inclusive em Natal. Na nossa bela capital tivemos ataques à Assembleia Legislativa, Supremo Tribunal Federal (STF), pregação de golpe e um ataque horrendo contra a governadora Fátima Bezerra (PT).
O que mais espanta, nem sei se deveria espantar, é que o bolsonarismo alucinado tomando conta das ruas de Natal em plena pandemia não chocou o Rio Grande do Norte. Teve gente que foi a redes sociais exaltar que aquilo era uma manifestação democrática.
Como assim? Manifestação democrática cujo lema é “eu autorizo” num sentido de apoio ao presidente para dar um golpe militar?
Na nossa opinião pública tudo tratado com absoluta normalidade pela maioria dos jornalistas e classe política. Praticamente nenhum repúdio à pregação golpista.
Trataram aquele combo de chorume golpista como se tivesse tido a irrelevância do mesmo movimento em Mossoró onde se juntaram pouco mais de 100 pessoas em frente ao tiro de guerra para cantar o hino nacional e pedir um golpe de estado.
A democracia não é um valor indiscutível na opinião pública potiguar. Naturalizaram o absurdo como se não estivéssemos com mais de 90% dos leitos críticos ocupados no Estado, como se não estivéssemos numa pandemia que está matando milhares de pessoas no RN e como se tudo estivesse bem.
Não está, mas os comportamentos são como se estivesse.
Tem uma frase atribuída a Martin Luther King, líder pelos direitos dos negros nos EUA, que resume meu sentimento neste momento: “O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons”.
A democracia é um valor em baixa nestes tempos sombrios.