O crime eleitoral protagonizado por Xand Avião e o “Pingo” como soft power de Allyson para se eleger governador

Foto: redes sociais/Allyson Bezerra

O cantor Xand Avião, uma das principais atrações do Pingo da Mei Dia, fez campanha aberta para que o prefeito Allyson Bezerra (UB) seja eleito governador no ano que vem.

Disse Xand: “Quem quer Allyson para governador grita eeeeeu! Por mim ele era presidente logo!”.

Não precisa ser um gênio do direito para perceber que ali houve um crime eleitoral ferindo também o princípio da impessoalidade, previsto no artigo 37 da Constituição Federal.

Xand estava ali contratado por R$ 700 mil. Os artistas empresariados por ele somam, no Mossoró Cidade Junina, R$ 3,5 milhões.

Tem que ser muito inocente para não perceber que aquilo foi calculado para promover Allyson. Um showmício, que é proibido pela legislação, pago com dinheiro público.

O “Pingo” do último sábado reuniu 244 mil pessoas. Mossoró tem 278 mil habitantes e grande parte deles não estava na festa por motivos que variam entre estar viajando, questões religiosas, trabalho ou simplesmente não gostar de folia. Logicamente esse volume de gente era formado por turistas, sendo a maioria esmagadora de cidades do Rio Grande do Norte. Para afirmar isso sigo a lógica dos estudos realizados pela Uern em parceria com a CDL.

É aqui que entra o conceito de soft power.

O soft power é uma estratégia diplomática em que um país usa aparatos culturais para influenciar outro. Os Estados Unidos fazem isso de forma eficiente com a música e o cinema. O Brasil tem o seu com a música e o futebol.

O prefeito faz do Mossoró Cidade Junina, sobretudo do “Pingo”, o seu soft power para passar para o Rio Grande do Norte a mensagem de um gestor eficiente.

A festa faz essa versão circular em todo o Estado com a cobertura da mídia de outras regiões e falas como a de Xand.

O eleitor que ouve aquilo no meio da folia se deixa influenciar por um artista, talvez o potiguar mais famoso em nível nacional, e leva a mensagem para as rodas de conversa.

Aqui abre-se um parêntese: Xand é potiguar, morou em Mossoró e faz questão de dizer isso por onde passa.7

Fecha-se o parêntese.

O que Allyson faz com o Cidade Junina não é novidade. Rosalba Ciarlini usou o evento para se tornar conhecida em todo o Estado e se elegeu governadora em 2010.

Ele trilha o mesmo caminho de usar os festejos como soft power para chegar ao Governo com uma nova roupagem, que inclui vídeo bem elaborados nas redes sociais, silenciamento da mídia com a verba publicitária como instrumento de pressão e a construção da imagem de um político leve e carismático, que esconde uma série de atrocidades da gestão.

Allyson aposta nas festas e está dando certo. Pelo menos para ele.

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto