Era 26 agosto de 2020. A Petrobras anunciava que estava colocando à venda todos os ativos no Rio Grande do Norte. Só sobraria, como só sobrou, o inexplorado Campo de Pitú.
Naquela época a governadora Fátima Bezerra (PT) reagiu contra. Foi as redes sociais dizer que era um retrocesso para o Rio Grande do Norte.
Pouco adiantou.
Nos dois anos seguintes os ativos foram sendo vendidos até que a Petrobras ficou no Estado apenas no ponto de vista simbólico e com as promessas de investimentos em energias limpas e da exploração do Campo de Pitú.
Agora sofremos com a gasolina mais cara do país e com a revelação de em vez de seguir a política de preços da Petrobras continuamos com o PPI dos governos Temer/Bolsonaro porque a 3R não produz gasolina na Refinaria Clara Camarão, preferindo importar o produto da Europa e EUA para abastecer 60% do mercado potiguar.
Diante da tragédia anunciada, o então ministro das comunicações Fábio Faria foi a Tribuna do Norte rebater a governadora. Disse que o Governo Bolsonaro, que vendia os ativos da Petrobras, era liberal e técnico. “Neste governo liberal, a Petrobras é uma empresa totalmente independente, não está à mercê de interesses de terceiros, não virou puxadinho e nem foi loteada entre grupos políticos. As decisões de investimentos são técnicas e visam a viabilidade econômica”, disparou.
Após protagonizar uma patacoada no segundo turno das eleições presidenciais quando convocou uma entrevista coletiva para denunciar um falso favorecimento ao hoje presidente Lula na propaganda eleitoral de rádio no Nordeste, Fábio Faria deixou o cargo poucos dias antes do fim do Governo Bolsonaro e agora trabalha como gerente de relações institucionais do BTG Pactual.
Diga-se de passagem, o BTG é sócio da 3R Petroleum, dona dos Polo Macau e Potiguar, vendidos pela Petrobras.