Certa vez um político esperto teve a ideia genial de pegar o mais popular palhaço do país para colocar no seu partido para puxar votos no maior colégio eleitoral do país, São Paulo.
Picadeiro e plenário deixaram a afinidade existente na retórica popular e finamente se encontraram na prática da política.
O político esperto sabia que política e piada eram coisas que sempre caminharam juntas no imaginário brasileiro. Não deu outra: Tiririca foi o deputado federal mais votado do país em 2010 e o mensaleiro Valdemar Costa Neto voltou a ter um mandato para chamar de seu fazendo graça do pleito proporcional cujo objetivo é garantir a representação das minorias e não bandidos.
Na campanha Tiririca perguntava e respondia no horário ao eleitor: “você sabe um deputado faz? Vote em mim que eu te conto”. Demorou sete anos e parece que finalmente o deputado mais engraçado (no bom sentido) da história finalmente entendeu o que faz um parlamentar. É muito mais do que trabalhar muito e produzir pouco como ele mesmo disse numa de suas raras entrevistas. É corrupção, arrogância e desprezo ao povo.
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Tiririca não cumpriu a promessa de contar ao eleitor o que um deputado faz de verdade. Corporativista, como seus pares, optou pela omissão até mesmo quando usou a Tribuna da Câmara Federal pela primeira vez em sete anos. Declarou que não ia revelar o que viu de mais podre nos bastidores.
Nem precisa. O eleitor já sabe que acontece.
O palhaço decidiu falar sério para mostrar que é diferente dos demais, anunciou espontaneamente que vai abandonar a vida pública ao final deste mandato numa fala truncada, que deu margem para que pensassem que estava renunciando.
O palhaço que faz o povo rir mostrou quem é que faz eleitor chorar.