O guloso judiciário abocanha privilégios enquanto servidores do RN vivem dias de mendicância

Judiciário sustenta privilégios em cima de quem não tem o que comer
Judiciário sustenta privilégios em cima de quem não tem o que comer

Ineficiente e guloso. Esse é o judiciário do Rio Grande do Norte. Tão indiferente ao sofrimento do povo quanto caro, nosso Tribunal de Justiça esbanja competência na hora de agregar regalias aos já polpudos salários dos magistrados. Enquanto isso, os servidores do executivo que salvam vidas, garantem a arrecadação do Estado e educam as gerações futuras vivem dias de mendigos tendo que pedir e lutar por um prato de comida.

No judiciário as conquistas são através do consórcio com a elite política. O Tribunal de Justiça que alega suspeição para não julgar o presidente da Assembleia Legislativa Ezequiel Ferreira (PSDB) é o mesmo que rejeita denúncia contra Getúlio Rego (DEM), deputado estadual que admitiu ter um servidor fantasma em seu gabinete. Enquanto isso, o parlamento não rejeita nenhuma das vantagens pedidas pelo nosso luxuoso judiciário.

O TJ não pensa duas vezes antes de determinar que o Governo do Estado repasse R$ 19 milhões ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), mas não determina que os salários sejam pagos em dia aos servidores da base. Tudo dá certo entre eles.

No momento em que os servidores da saúde e professores da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) vão à luta, ocupando o prédio da Secretaria Estadual de Planejamento (SEPLAN), 195 magistrados recebem auxílio moradia retroativo totalizando quase R$ 40 milhões do contribuinte. Essa grana seria suficiente para evitar as greves por salário em dia.

Só isso mostra o mundo à parte em que a turma da toga vive. Não é para menos. Eles possuem carros com motoristas, seguranças e sobra dinheiro para bancar educação dos filhos. Não precisam do Estado para nada, a não ser para pagar seus salários e mordomias. Enquanto isso, o barnabé comum é obrigado a receber spray de pimenta em confronto com a polícia apenas porque deseja o básico: receber em dia.

Não tem como não se revoltar em saber que juízes que tem dinheiro de sobra nas contas recebem auxílio moradia que chegam a R$ 211 mil.

O servidor honesto, que nunca recebeu qualquer vantagem indevida e perde o sono por causa das dívidas fica revoltado em saber que Osvaldo Soares da Cruz (R$ 178.208,01) e Rafael Godeiro Sobrinho (R$ 158.047,35) receberam auxílio moradia. Para quem não lembra eles foram denunciados por desviarem R$ 14 milhões em precatórios na Operação Judas. Como punição foram aposentados.

Enquanto uns lutam por um prato de comida, outros luxam. Nosso sofrido elefante é guiado por uma nada republicana elite patrimonialista.

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto