O mito da gestora eficiente

Ontem escrevi sobre o imaginário em torno da ex-governadora Rosalba Ciarlini (PP) que se corrói ao ser confrontado com os números da única pesquisa eleitoral publicada este ano em Mossoró.

A impopularidade de Francisco José Junior (PSD) está criando o mito de que só Rosalba pode colocar a Prefeitura de Mossoró nos trilhos. Essa sensação é provocada por um sentimento passional que não necessariamente seja uma realidade.

Quando prefeita de Mossoró qual foi a grande realização de Rosalba? Um ginásio que é um elefante branco? O teatro construído em parceria com a Petrobras numa época em que a estatal tinha interesse em investir na cidade? A realização dos eventos culturais?

Os problemas a serem resolvidos hoje são os mesmos dos tempos de Rosalba. O trânsito caótico, transporte ineficiente e a falta de abastecimento na Zona Rural.

Mas a ex-prefeita não deixou um legado? Deixou. A educação funciona de forma razoável até os dias de hoje e as escolas do município são mais organizadas que as do Estado. Fruto plantado nos tempos da “Rosa”. Outro legado é a construção de uma UPA quando isso nem era comentado em nível nacional.

É muito pouco para quem surfou em anos de estabilidade econômica e de cofres cheios de royalties. Na época de Rosalba a folha de pagamento ocupava 36% do orçamento. Bem diferente dos dias atuais. A folha subiu porque as demandas aumentaram. Hoje existe Guarda Municipal, Gerência de Trânsito e servidores concursados na área da saúde.

Quando encarou um cenário negativo no Governo do Estado, Rosalba encarou as mesmas dificuldades administrativas de Micarla de Sousa e Francisco José Junior. A imagem dela de grande gestora ficou abalada e o capital político dela em nível de Estado hoje é nulo. Dentro de Mossoró ela ainda tem força, mas nada que se compare com o passado.

É preciso ter muito cuidado quando postar em rede social que Rosalba é a única pessoa capaz de recuperar Mossoró. O desempenho dela no Governo do Estado mostra que não. Esse “messianismo” limita o debate político.

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto