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A oposição, principalmente os deputados estaduais José Dias (PSDB), Kelps Lima (SD) e Gustavo Carvalho (PSDB), cobrou bastante que a governadora Fátima Bezerra (PT) enviasse uma proposta de reforma da previdência estadual.
Foi assim ao longo de 2019 enquanto a governadora estava na moita esperando o que ia acontecer com a reforma federal. A esperança era de uma reprodução automática nos estados e municípios com regime próprios.
Não deu certo. Cada um dos entes federativos terá que fazer as suas reformas e o prazo termina no dia 31 de julho.
Na virada de 2019 para 2020, Fátima se curvou aos fatos e o governo dela iniciou as discussões para a reforma da previdência. Chamou os sindicatos para conversar, abriu prazos para contrapropostas e só uma parte das entidades topou fazer acordo.
A proposta foi enviada em fevereiro, em março a comissão estava instalada e em julho a matéria ficou pronta para ser votada em plenário após ser aprovada em comissão especial.
Aí se iniciou uma guerra de narrativas.
De um lado oposição e sindicatos dizendo que a reforma é pior do que aprovada pelo Congresso Nacional. Do outro o governismo dizendo exatamente o contrário.
O assunto ganhou corpo e a governadora se manteve em silêncio. A aposta era em aprovar a reforma com um mínimo de desgaste, mas faltavam dois votos. Fátima não teria vida fácil.
A oposição passou a se valorizar no debate público. Cobraram diálogo com a governadora e que ele fosse a público defender a reforma. As duas exigências foram atendidas.
É preciso entender que política não é uma atividade praticada por anjos querubins. A governadora entrou em contradição com a reforma dela, os oposicionistas também. A necessidade política guia cada lado.
Se os oposicionistas aprovassem uma medida impopular sem questionar eles não seriam da bancada de oposição, mas governistas.
Ao precisar dos adversários para aprovar a reforma Fátima paga um tributo em forma de desgaste. Nas contas do governo o tempo urge, o prazo está no final. Dia 31 será em cinco dias. A oposição fará a petista sangrar politicamente o máximo que puder.
É do jogo.