A oposição entendeu que o prefeito Francisco José Júnior (PSD) passou por cima do requerimento aprovado em plenário ao antecipar o comparecimento à Câmara Municipal de Mossoró ontem. Ele chegou de surpresa, sem fazer qualquer comunicado oficial sobre sua presença na sessão. Foi esse o motivo que levou a bancada de oposição a deixar o plenário da casa.
Conforme requerimento do vereador Tomaz Neto (PDT), aprovado depois de três sessões seguidas serem esvaziadas por governistas, protelando a apreciação da matéria, o prefeito foi convocado a comparecer à Câmara no dia 24 de agosto, às 10h. No entanto, o chefe do Executivo ignorou o prazo designado em plenário e foi à Casa Legislativa uma semana antes, acompanhado de comissionados, que lotaram as galerias da Câmara.
Os vereadores que compõem a bancada da oposição repudiaram a atitude do chefe do Executivo, que além de desrespeitar a soberania do plenário da Câmara Municipal de Mossoró, impediu que a população, em especial os servidores de empresas terceirizadas, pudesse acompanhar de perto, in loco, as explicações sobre as acusações de ingerências relacionadas a estas empresas. Assim, como forma de protesto à ação do Executivo, os oposicionistas deixaram o plenário.
“Acompanhamos a decisão da nossa bancada de sair por não concordar com a estratégia adotada pelo prefeito para evitar o confronto direito com a população”, diz Genivan Vale. Ele defende que o cumprimento do prazo votado e aprovado por unanimidade na última sessão, ou seja, dia 24 de agosto, daria oportunidade a população, principalmente os servidores terceirizados ativos e demitidos, que estão há meses sem receber, de estar presente nesta Casa para acompanhar a explanação do prefeito.
“Se a data agendada tivesse sido cumprida pelo prefeito, teríamos muitos terceirizados nas galerias, e não apenas comissionados como vimos hoje. Essa atitude além de ser deselegante com a população, é uma demonstração de falta de respeito a esta Casa Legislativa”, destaca o edil.
O motivo da convocação era para que o chefe do Executivo prestasse esclarecimentos sobre indícios de irregularidades, apontados pelo Juiz Vladimir Paes de Castro, da 4ª Vara do Trabalho de Mossoró. Inclusive, foi o próprio juiz que através de ofício sugeriu que a Câmara Municipal de Mossoró investigasse o prefeito Francisco José Júnior por indícios de cometimento de ilícitos administrativos, inclusive crime de responsabilidade.