Padre pode falar em política? Pode e deve

padre flavio ricardo
Padre Flávio deu aula de cidadania na última semana

O título pergunta e na mesma hora responde. Na curta semana pós-carnaval o assunto no Rio Grande do Norte foi a cobrança pública do padre Flávio Augusto cobrando do senador Garibaldi Filho (PMDB) e do deputado federal Beto Rosado (PP) que votem contra a reforma da previdência.

O assunto foi mais comentado que a leitura da mensagem anual da prefeita Rosalba Ciarlini (PP) que disse ter encontrado uma dívida de mais de R$ 150 milhões na Prefeitura de Mossoró.

Muita gente mostrou-se incomodada com o fato de o sacerdote ter “roubado a cena”. “Padre não deve ser meter em política”, diziam os críticos.

Onde está escrito que padre não pode falar sobre política? Que coisa mais quadrada essa de um líder religioso ter que ficar apenas rezando missa ou orando em cultos!

Atitudes como a de Padre Flávio são salutares. Como foram as críticas feitas pelo Padre Talvacy aos políticos num passado recente.

Eu, particularmente, acho válida essa postura cidadão dos padres. É positivo até porque raramente um padre entra para a política e quando isso ocorre a Igreja Católica os afasta temporariamente.

Bem diferente de quem usa a posição de líder para conquistar mandatos eletivos, muitas vezes usando um discurso de ódio contra homossexuais e esbanjando outros tipos de preconceitos.

Política e religião se misturam sim, ao contrário da velha e despolitizada máxima. A censura a essa simbiose depende apenas da forma como isso acontece. Quando padres usam o discurso em defesa de uma causa justa é muito válido.

O que eu acho covardia é explorar a fé alheia para tirar dinheiro de pessoas, conquistar mandatos eletivos e pregar o ódio, repito.

Política e religião sempre se misturaram. Durante milênios o poder político emanou da fé. Um faraó egípcio não era nada sem o apoio dos sacerdotes. Um rei absolutista se legitimava afirmando que o seu poder emanava de Deus. Na Idade Média o mando político dos senhores feudais passava pelo aval da Igreja Católica.

Na modernidade do século XXI a fala dos líderes religiosos deve ser no sentido da defesa dos interesses da coletividade.

Falem mais sobre política, padres e pastores!

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto