O apoio do prefeito do Natal Álvaro Dias (PSDB) ao ex-vice-governador Fábio Dantas (SD) é visto como um ponto de virada na campanha do terceiro colocado nas pesquisas de intenção de votos para o Governo do Rio Grande do Norte.
Há mais desejo do que análise em quem escreve ou fala isso.
Vamos aos números.
Em agosto o Instituto AgoraSei mensurou os humores dos natalenses em relação ao gestor tucano. A aprovação era de 48%, oito pontos percentuais a menos do que na pesquisa anterior, realizada em setembro do ano passado. Já a desaprovação no mesmo período saltou de 22% para 35%.
Os números são insofismáveis: a popularidade do prefeito está em queda. Logo seu poder de transferência de votos está limitado.
Ainda que ele estivesse nos píncaros da glória em termos de popularidade, a capacidade de transferência de votos de um prefeito é limitada.
Veja o exemplo de Mossoró. Na capital do Oeste, Allyson Bezerra (SD) atingiu 84% de aprovação, mas o candidato dele, o próprio Fábio Dantas, pontuou abaixo de dois dígitos na pesquisa TS2 de julho e teve 12% na Seta de agosto.
Nas duas pesquisas a governadora tem folga superior a 30 pontos percentuais.
Outro ponto é que Álvaro chega ao palanque de Fábio por ter se sentido desvalorizado pelo MDB e deixando muito claro que o foco é eleger o filho Adjuto Dias (MDB) deputado estadual.
O apoio de Álvaro pode até ajudar Fábio a melhorar os índices em Natal, mas o contexto está longe de indicar que os rumos da campanha vão mudar.
É um apoio importante, mas claramente superestimado.