Conhecido por ter como principal bandeira a inclusão de pessoas com deficiência e autistas, o vereador Petras Vinícius (PSD) desconversou a respeito do projeto de lei enviado pelo prefeito Allyson Bezerra (UB) que cria 800 bolsas para voluntários trabalharem em sala de aula com alunos com essas características.
O Blog do Barreto ligou para o parlamentar que não atendeu a ligação. A nossa página enviou três perguntas para o parlamentar.
Foram elas:
- Você concorda com esse projeto enviado por Allyson com contratação de pessoas sem qualificação para atender crianças PCDs e autistas?
- O senhor pretende apresentar alguma emenda?
- Como um parlamentar que tem essas causas como bandeira, o senhor foi ouvido pelo prefeito?
Em vez de responder a cada um dos questionamentos, o vereador, que é aliado de Allyson, enviou um texto em que não responde diretamente a nenhuma das perguntas. Confira:
“Olá, Bruno, desculpe não ter conseguido te atender na hora. Quanto aos seus questionamentos,
Reafirmo meu compromisso com a causa da inclusão das pessoas com deficiência e/ou neurodivergentes e a minha integral disposição em colaborar para que o projeto final seja o melhor possível. As discussões estão só começando.
Lembro que essa cruzada não é de hoje nem pro mandato agora, tão somente, mas uma luta de vida. É empreendida por convicção, valores humanos e anterior à missão popular representativa que recebi das urnas.
Acompanho atentamente as discussões e tenho mantido diálogo – franco e construtivo – com o prefeito Allyson. Por sinal, ele tem atendido prontamente às reivindicações da sociedade civil organizada quanto às demandas e reivindicações a respeito da inclusão.
Você bem sabe e, deve reconhecer, que nenhum gestor ou gestora, antes, fez mais e em tão pouco tempo, pela inclusão, do que ele e sua equipe.
Um abraço e bom fim de semana”.
O Blog voltou a pergunta se ele considerava o projeto estaria correto, mas o parlamentar, defensor da inclusão, ignorou a pergunta.
Contexto
Allyson está propondo colocar 800 bolsistas voluntários com salários de R$ 800 para 20 horas semanais e R$ 1.600 para 40 horas semanais sem configurar vínculo empregatício com o município.
A proposta prevê que basta ser maior de 18 anos e ter o ensino médio completo para trabalhar atendendo crianças autistas ou com algum tipo de deficiência. A qualificação será um curso oferecido pela gestão após a seleção.
Allyson está ferindo a Lei Brasileira de Inclusão e a Lei Berenice Piana, que trata dos direitos das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Ambas obrigam a contratação de profissionais qualificados para exercer a função de auxiliar em sala de aula.
O prefeito fez marketing nas redes sociais quando entregou o projeto na última quarta-feira, revoltando as mães e pais dos alunos da rede municipal.