A Petrobras e o Senai-RN assinaram, nesta sexta-feira (16.06), um protocolo de intenções para desenvolver ações e estratégias voltadas à transição energética, energias renováveis e descarbonização no Brasil. Um dos possíveis desdobramentos será a ampliação e o aprofundamento do mapeamento do potencial eólico offshore na Margem Equatorial Brasileira.
A iniciativa contempla os esforços da companhia nas áreas de energia renováveis, descarbonização e transição energética. O documento estabelece ainda o compromisso da criação de um Instituição de Ciência e Tecnologia (ICT) de referência para pesquisa e desenvolvimento desses setores.
A assinatura do documento ocorreu em evento realizado na Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte, em Natal, que contou com as presenças do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, do senador Davi Alcolumbre, do presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte, Amaro Sales de Araújo; do diretor do SENAI do Rio Grande do Norte e do Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), Rodrigo Mello; e da governadora Fátima Bezerra.
– Esse acordo vai abrir caminhos para uma nova fronteira de energia limpa e renovável no Brasil, aproveitando o expressivo potencial eólico offshore do nosso país e impulsionando nossa trajetória em direção à transição energética justa. A Petrobras está caminhando com diligência, mantendo foco em operar de forma sustentável. Ao mesmo tempo avançando na descarbonização e atenta às oportunidades de ampliar sua atuação em novas matrizes como os combustíveis com conteúdo renovável, energia eólica e solar – afirmou o Jean Paul Prates, presidente da Petrobras.
Dados preliminares de um estudo conduzido pelo Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) sugerem que o potencial do recurso solar do Amapá é equivalente a regiões do Brasil onde já existem empreendimentos de grande porte instalados, seja na medição anual como sazonal. A região já é estudada desde 2015, quando Petrobras e SENAI-RN descobriram o potencial eólico offshore da bacia Rio Grande do Norte – Ceará. A parceria pode contribuir para ampliar a segurança energética dos estados e evitar, por exemplo, episódios como o de 2020, quando o Amapá enfrentou 22 dias de interrupção de energia elétrica, causada por fortes chuvas e descargas atmosféricas, que afetou cerca de 90% da população.
– Essa parceria abre perspectivas para a criação de um ambiente de discussão estratégica para o Brasil sobre temas em que o país caminha para alcançar cada vez mais destaque aos olhos do mundo. É um contexto de muita demanda por energia limpa, por transição energética, por eficiência energética e descarbonização em todos os níveis. Analisamos como muito oportuna essa união de esforços do SENAI e da Petrobras em busca de cada vez mais expertise e competitividade nessa direção”, diz o diretor do SENAI RN e do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), Rodrigo Mello.
Além disso, a Margem Equatorial Brasileira apresenta grande diversidade fisiográfica e meteorológica e é considerada uma região de interesse estratégico para o país.
– Estamos avaliando muitas possibilidades visando a descarbonização das operações na Petrobras. Recentemente firmamos parceria com a Equinor para estudos relacionados à instalação de parques eólicos offshore na costa de seis estados, alguns deles aqui na região da Margem Equatorial. Acredito que o protocolo assinado hoje, permitirá ampliar ainda mais o leque de oportunidades. A Petrobras tem buscado novos parceiros para futuros projetos – explicou o diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Maurício Tolmasquim.
A Petrobras busca integrar as operações de exploração e produção a novas fontes de energia, formando um ecossistema. Na prática, os novos projetos incorporam, em todo ciclo de vida, a associação com soluções que reduzam as emissões de gases de efeito estufa no longo prazo como, por exemplo, a energia eólica offshore, o hidrogênio de baixo carbono e a captura de carbono.
O potencial brasileiro é estimado em 700 GW em locações offshore com baixa profundidade – um volume que corresponde a mais de 30 vezes a capacidade de geração instalada hoje no mundo –, de acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao Ministério das Minas e Energia (MME).
– O Brasil tem uma matriz energética extremamente limpa, diversa e competitiva. E, para o Sistema Indústria do Rio Grande do Norte, por meio do SENAI e do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis, participar da criação de um ambiente que discuta tudo isso e contribua para o progresso do Brasil significa buscar o verdadeiro desenvolvimento e a concretização de novas oportunidades no horizonte para o país e também para o estado, que já é líder na geração de energia eólica em terra e tem se mostrado com um grande potencial também no offshore”, afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte e do Conselho Regional do SENAI-RN, Amaro Sales de Araújo.