Político do RN deve abrir mão de ser deputado para assumir vaga como vereador

Robério Paulino foi eleito vereador com 1.886 votos (Foto: arquivo pessoal)

Rafael Duarte

Agência Saiba Mais

Eleito vereador de Natal com 1.886 votos, o professor do Departamento de Políticas Públicas da UFRN Robério Paulino (PSOL) desistiu de ocupar a vaga de Sandro Pimentel na Assembleia Legislativa após a cassação do parlamentar confirmada em outubro.

Robério era o primeiro suplente da coligação que disputou o pleito em 2018 e estava na expectativa de assumir o posto. A eleição direta para a Câmara Municipal no domingo (15) mudou tudo. Com isso, a chapa coletiva Juntas, primeira suplente no pleito municipal, não deve assumir a vaga de vereador.

O pouco tempo que teria de mandato como deputado (apenas 2 anos), as disputas internas e o projeto político do grupo ao qual pertence no PSOL foram levados em consideração para a decisão de cumprir o mandato de vereador, mas já pensando em uma nova tentativa de chegar a Assembleia Legislativa:

– Essa decisão não vai ser só minha, é dos grupos internos do partido que estão comigo. A maior parte desses grupos está inclinada a optar pelo mandato de vereador, o mais provável é isso. É muito pouco tempo, apenas um ano e meio. O que eu faço nesse tempo como deputado ? Então a ideia é que eu siga o mandato de vereador e tente a eleição para deputado em 2022”, afirmou.

Com a desistência de Robério, o professor Luiz Carlos, segundo suplente da coligação, assumiria a vaga que ainda está subjudice. Sandro Pimentel ainda tenta um último recurso e o ex-deputado Jacó Jácome (PSD) também pleiteia o posto reivindicando a anulação dos votos do parlamentar cassado por irregularidades em sete depósitos na conta de campanha acima dos valores máximos permitidos pela legislação eleitoral:

– O mais provável é que o mandato fique no partido. O TRE não anulou os votos e o Ministério Público também não pediu a anulação. Então não cabe ao TSE anular votos. Mas cabeça de juiz a gente nunca sabe como é”, avaliou Paulino.

Vereador do PSOL fala em “abrir guerra” pelo transporte público de Natal

 

Nascido em Niterói (RJ), filho de potiguares e estudante da antiga ETFERN (atual IFRN), Robério Paulino Rodrigues assume o primeiro cargo público aos 63 anos de idade. Formado em Economia na USP com doutorado em História Econômica pela mesma universidade, Robério é professor titular do Departamento de Políticas Públicas da UFRN.

Já foi candidato ao Governo do Estado em 2014, a prefeito de Natal em 2016 e a deputado estadual em 2018. O nome dele ganhou projeção há seis anos, quando entregou, durante um debate eleitoral, um vidro de óleo de peroba para o então favorito nas pesquisas Henrique Alves (MDB). Naquela campanha para governador, Paulino terminou em terceiro lugar com 8,74% dos votos válidos e contribuiu para que houvesse o 2º turno entre Henrique e Robinson Faria, que acabou vencendo a disputa.

Sobre o primeiro mandato de vereador, afirma que vai atuar especialmente nas áreas de transporte público, educação e meio ambiente. E ressalta que a questão do transporte receberá uma atenção especial:

“Vou abrir uma guerra na cidade contra a velha política e contra os grupos econômicos e as velhas oligarquias que paralisam o desenvolvimento de Natal. A maior parte das capitais já tem ônibus novos com ar condicionado, mas aqui os ônibus são essas latas velhas. Uma das minhas bandeiras será abrir uma guerra pelo transporte público de Natal. Queremos que Natal renove todas as frotas. Se não fizerem, vamos lutar por uma empresa pública municipal de transporte. Pode anotar isso aí: vou abrir uma guerra”, afirmou.

Em relação à educação, cita a luta pelo reajuste para os professores, melhoria da infraestrutura nas escolas e redução do analfabetismo. Questionado se não estaria entrando na seara do Executivo, Paulino diz que vai buscar parcerias interestitucionais com a prefeitura de Natal, administrada por Álvaro Dias (PSDB).

– Vou propor um mutirão interestitucional para acabar em dois ou três anos com o analfabetismo em Natal, que é de 15%. Vamos promover uma revolução na qualidade da educação”, ressalta.

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto