Era 3 de outubro de 2013. Ainda não tinha Lava Jato, mas a presidente Dilma Rousseff já sentia ressaca dos protestos de junho daquele ano e as dores da impopularidade do PT após uma década de hegemonia política no país.
Àquela altura a governadora Rosalba Ciarlini (PP) estava no auge da impopularidade, a maior já registrada no Rio Grande do Norte, e mesmo na condição de adversária da presidente fora convidada para a inauguração de três unidades do IFRN.
Rosalba discursou por dez minutos debaixo de vaia. Lembro como se fosse hoje desse constrangimento sendo pela TV estatal NBR ao vivo direto de Ceará-Mirim. A oradora seguinte foi Dilma Rousseff que ao usar a palavra defendeu a adversária política. “Nós também respeitamos as pessoas, a gente pode discordar delas, mas tem que deixá-las dizer o que pensam. Vamos respeitar a governadora que está aqui. Isso é feio [ao ouvir vaias]. O reitor do IFRN esteve aqui e falou em cidadania, cidadania é respeito. Ninguém respeita quem não se respeita e respeita os outros. Por isso eu cumprimento a governadora Rosalba Ciarlini”*, declarou.
Dilma acabou sendo também vaiada pela atitude.
Enquanto isso, a hoje aliada de Rosalba a então deputada federal Sandra Rosado (PSB) filmava as vaias com o aparelho de telefone celular.
Amanhã tem mais uma visita presidencial ao Rio Grande do Norte. Desta vez será Jair Bolsonaro que não convidou a governadora adversária Fátima Bezerra (PT).
*aspas extraídas do G1RN.