Prints e áudio revelam que antes da eleição da UFERSA Ludimilla mantinha contatos em Brasília em defesa da nomeação do primeiro colocado

Antes mesmo da consulta a comunidade acadêmica, nome formal para a eleição que forma a lista tríplice que vai para o presidente escolher quem se torna reitor das universidades federais, a professora Ludimilla Oliveira agiu em defesa da nomeação dos mais votado da lista tríplice para o comando da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA).

Iniciativa nobre, diga-se.

Ludimilla sempre foi uma das cotadas para estar entre os três primeiros colocados e o print abaixo mostra que em dezembro do ano passado ela já vinha mantendo contatos com membros da bancada federal como os deputados Beto Rosado (PP) – seu ex-aluno-, General Girão (PSL) e Benes Leocádio (Republicanos). Em 12 de dezembro de 2019 a confiança era de que ela venceria a eleição.

A articulação acima era para que o presidente respeitasse a ordem da lista tríplice para a Reitoria da UFERSA. Ela conta, inclusive, que a bancada do Rio Grande do Norte defende a ideia de se respeitar a ordem estabelecida pela comunidade acadêmica. Ela chega a classificar como “intervenção”. “A bancada não concorda com essa intervenção na Ufersa”, afirma.

Ainda assim, Ludimilla sabia conforme o print abaixo demonstra que a receita para se tornar reitora seria ser adversária do reitor Arimatéia Matos, que já teve ligações com o PT, e não ter filiação partidária. “O capitão vai gostar de saber”, diz uma em uma das frases da conversa atribuída a um interlocutor com trânsito no Palácio do Planalto.

Desde o fim do ano passado o Blog do Barreto ouve relatos de que ela passou a pagar posts nas redes sociais que permitissem qualquer associação dela com a esquerda.

Outro print mostra que em 13 de dezembro do ano passado o então deputado Fábio Faria (PSD) juntamente com Beto Rosado articularam uma reunião o presidente Jair Bolsonaro. A ideia àquela altura era defender a nomeação do primeiro colocado. “Vão defender a ideia do primeiro lugar e pronto”, frisa.

No áudio abaixo Ludimilla esbanja confiança de que está contando com a ajuda de Fábio, Benes, Girão e Beto para garantir que a ordem da lista tríplice seja respeitada. “Aqui eu conheço todo mundo”, disse. “A situação aqui para a gente em Brasília é muito muito tranquila”, complementa.

No segundo trecho do áudio ela conta que os deputados do RN (a época é muito claramente um período que antecede o período da pré-campanha) tentaram convencer o presidente Bolsonaro a respeitar a vontade da comunidade acadêmica. “Claro que tem que ser contra, né? Quem for a favor disso não se elege de jeito nenhum”, frisa. Em outro trecho ela critica General Girão, um entusiasta das intervenções nas instituições federais de ensino. “Esse General é candidato a um mandato único”, disparou.

Tudo mudou depois das eleições quando ela ficou em terceiro lugar na lista tríplice com 18,33%. Ela passou a defender que a nomeação dela era dentro da legalidade (de fato é) e chegou a dizer numa live (ver abaixo) que quem achar ruim que vá embora. Ela, nesses contatos mantidos em Brasília, sabia com quem contar e a receita para ser nomeada.

Deu tudo certo!

Na última sexta-feira, Ludimilla foi confirmada como reitora pelo presidente Bolsonaro (ver vídeo abaixo) e no próximo domingo assume o cargo.

Apesar do apoio político e os contatos em Brasília, ela considerou uma obra de Deus a sua ascensão (vídeo abaixo).

Outro lado

O Blog do Barreto fez contato com Ludimilla Oliveira que alegou não ter tempo de responder aos nossos questionamentos sobre os prints e áudios vazados. “Estou muito ocupada com a transição da UFERSA, responderei posteriormente”, explicou.

Nota do Blog: o editor desta página combinou com Ludimilla de fazer uma entrevista não só sobre esse tema como também das pretensões dela a frente da Ufersa. Ela não garantiu responder até o próximo sábado como sugerido, mas se comprometeu em fazer o máximo possível para responder.

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto