O governador Robinson Faria (PSD) é um nome enfraquecido eleitoralmente. Seu nome tem baixo desempenho nas pesquisas e a impopularidade está estratosférica. Então qual o sentido político de tirá-lo do cargo faltando tão pouco tempo para o final do mandato?
Só a eleição de outubro justificaria um processo tão traumático como é o afastamento por uma questão técnica de um governador democraticamente eleito. Mas quem se beneficiaria com isso? Em princípio apenas o vice-governador dissidente Fábio Dantas (PSB) que é pré-candidato ao Governo do Estado.
A postulação de Fábio não decola e sofre com as próprias contradições. Alçado ao poder, o vice-governador teria a caneta na mão e até as pedras sabem que a máquina tem um peso importante no Rio Grande do Norte.
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Outro nome que poderia se dar bem com essa história é o senador José Agripino (DEM) cuja presença na chapa de Carlos Eduardo Alves (PDT) é vista nos bastidores como um peso negativo a ponto de uma postulação a Câmara dos Deputados ser uma possibilidade real para o líder demista. Com Fábio Dantas ele encontraria na máquina pública um aliado substancial sem os pormenores de uma aproximação com essa estrutura via Robinson Faria.
Mas e os demais grupos? Um deputado que vai apoiar Carlos Eduardo Alves certamente não vai ter interesse em fortalecer Fábio Dantas.
Na outra ponta os deputados estaduais Fernando Mineiro (PT) e Kelps Lima (SD) são favoráveis a abertura das investigações contra Robinson independente das questões eleitorais por classificarem os fatos como graves. Neste ponto, a dupla deixou o pragmatismo eleitoral em seguindo plano mesmo sabendo do risco de fortalecer um adversário, hoje fraco, na corrida ao Governo do Estado.
A queda do governador vai depender dos interesses políticos e eleitorais dos deputados e a questão local tem forte influência nisso.
Mesmo Robinson tendo minoria na Assembleia Legislativa é imprevisível o resultado do processo que ainda nem começou.