Relatório de órgão federal aponta maus tratos em presídios do Rio Grande do Norte, uma possível causa dos ataques terroristas

Relatório indica maus tratos aos presos no RN (Foto: Divulgação/MNPCT)

Uma reportagem do UOL revelou que um relatório de monitoramento do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT), um órgão federal, indicou uma série de maus tratos aos presos na penitenciárias do Rio Grande do Norte.

Esta é tida como uma das possíveis causas dos atentados terroristas promovidos por facções criminosas iniciados na noite de segunda-feira.

O relatório indicou casos de tortura praticada por policiais penais; hiperlotação com casos de presídios ocupados pelo dobro da capacidade e casos de celas com uma vaga ocupada por dezenas de presos; distribuição de comida estragada com relatos de alimentos azedos e com cheiros nauseantes; saúde precária com presos convivendo com colegas acometidos por tuberculose e surtos de dermatites, com o estado deixando de fornecer kits de higiene.

A primeira vistoria foi realizada em 2017, após o massacra na Penitenciária de Alcaçuz, que resultou em 26 presos.

“Para nossa surpresa, o sistema está pior do que estava em 2017. Tudo é absolutamente absurdo. Fizemos alertas constantes sobre essas condições e fomos ignorados. A situação dos presos é um barril de pólvora”, disse ao UOL Bárbara Coloniese, perita do MNPCT que vistoriou os presídios do RN.

Na coletiva de ontem a governadora Fátima Bezerra (PT) falou sobre o assunto e disse que o caso será investigado. “Nosso Governo jamais compactuará com medidas de arbítrio e essas denúncias serão investigadas pelo próprio Governo. Nós temos feito um esforço grande aqui no sentido de avançar nos projetos de ressocialização na área de educação, na área de preparação para o trabalho no sistema prisional, inclusive é referência a nível nacional. Essas denúncias por parte da governadora o que será feito é uma investigação profunda para saber se isso procede”, garantiu.

 

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto