Rio Grande do Norte é o segundo estado do país que mais executou projetos produtivos do Fomento Rural

Seminário de avaliação, realizado hoje, em Natal, trouxe relatos de experiências de agricultores familiares de vários municípios do RN (Foto: Divulgação Emater)

O Programa de Fomento às Atividades Produtivas Rurais – o Fomento Rural – reuniu esta manhã, no auditório da Emater-RN, em Natal, agricultores e agricultoras familiares de várias regiões do estado para um seminário de avaliação, com relatos de experiências sobre a ação e como ela tem transformado a vida de famílias rurais antes em situação de vulnerabilidade social e extrema pobreza.

Nos últimos 10 meses, o programa Fomento Rural beneficiou 3.605 famílias, com aplicação de R$ 13,6 milhões em mais de 100 municípios potiguares, tornando-se o segundo estado do país que mais executou o programa em 2024, ficando atrás somente do Rio Grande do Sul.

O seminário teve a participação da coordenadora geral de Fomento à Inclusão Produtiva do Ministério do Desenvolvimento, Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Ana Amélia da Silva, além de representantes da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural e da Agricultura Familiar (Sedraf-RN), que coordena a ação, e do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Norte (Emater-RN), responsável pela execução de grande parte dos projetos do Fomento Rural no estado.

Entre os objetivos do Programa Fomento Rural estão a oferta de meios para a geração de renda, estímulo à produção de alimentos saudáveis e à agroecologia, e às cadeias produtivas predominantes nos Territórios Rurais, além do incentivo ao cooperativismo. Os municípios priorizados nessa ação tem baixo IDH, concentração de Grupos Populacionais Tradicionais e Específicos (GPTE), que possam ser integrados a ações como o Programa de Aquisição de Alimentos, tecnologias de acesso à água, regularização fundiária, entre outros.

Cada família selecionada tem a oportunidade de elaborar, em conjunto com a Emater, os projetos produtivos que serão financiados pelos recursos, pagos em duas parcelas: a primeira de R$ 2.600,00 e a segunda, de R$ 2 mil para cada família.

“Além de ter o foco na segurança alimentar, o Fomento Rural tem o objetivo de aumentar a renda das famílias com sustentabilidade”, define Ana Amélia, coordenadora do MDS. Durante o seminário, ela explicou as regras de acesso ao programa, o sistema acessado pelos técnicos para a alimentação dos dados, além da importância da região Nordeste como pioneira na execução do programa e o papel das instituições de Assistência Técnica e Extensão Rural no país, entre elas a Emater-RN.

Entre as atividades que obtiveram recursos do Fomento Rural, estão a produção de animais (bovinocultura, caprinocultura, avicultura, ovinocultura, suinocultura, piscicultura), além da fruticultura e horticultura. As famílias rurais também investirem o dinheiro em atividades não agrícolas, como panificação, confeitaria, serviços de estética, artesanato, entre outras.

O seminário contou com a presença do secretário Alexandre Lima (Sedraf), do diretor técnico da Emater-RN, Cícero Figueiredo, da coordenadora estadual do Fomento pela Sedraf, Zélia Pamplona, além da coordenadora estadual de Agroecologia e Convivência com o Semiárido pela Emater, Paloma Araújo, e de extensionistas rurais da autarquia.

EXPERIÊNCIAS

O seminário trouxe relatos de experiências dos municípios de Mossoró, Currais Novos, Coronel Ezequiel, Pau dos Ferros, Lucrécia, Nova Cruz, Montanhas, Pedro Velho, Goianinha, Santo Antônio, Tibau dos Sul e Macaíba.

Em grande parte dos casos, as mulheres assumem o protagonismo ou tem relevante participação nas decisões ao lado dos companheiros. Segundo o secretário titular da Sedraf, a meta é manter 80% do Fomento acessado por mulheres, índice que já é uma realidade. São 3030 mulheres, 575 homens e 655 jovens rurais a acessarem o programa em nível estadual.

Um desses exemplos é a agricultora do município de Montanhas, Gerlane da Silva Sena, que aplicou os recursos em um poço e hoje tem água suficiente para irrigar sua plantação – batata, macaxeira, milho, fava, feijão, hortaliças e frutas, entre elas o morango. A próxima meta de Gerlane é adquirir um kit de energia solar. “Hoje posso dizer que tenho renda graças ao Fomento Rural”.