Apontar contradições do adversário não é uma boa alternativa para uma disputa com candidatos com os perfis de Fátima Bezerra (PT) e Carlos Eduardo Alves (PDT). São dois candidatos mergulhados em contradições em suas respectivas biografias políticas. Digamos que um não pode direcionar o dedo para o outro.
Como diria nas ruas “é o sujo falando do mal lavado”.
Os dois já foram aliados em diversas oportunidades e agora pelo destino se tornaram adversários.
No passado, Carlos Eduardo tentou fazer o Rio Grande do Norte esquecer que ele tinha o sobrenome Alves. Nas eleições de 2002, 2006, 2010 e 2014 andou com a estrela do PT no peito.
Na década passada sua afinidade com o petismo era tamanha que a ida dele para o PT chegou a ser cogitada como alternativa ao Governo nas eleições de 2010. Era visto como um “Alves diferenciado” nos bastidores.
Hoje Carlos Eduardo voltou a ser mais Alves do que nunca e encarna sem qualquer constrangimento o espírito antipetista alinhando-se com a extrema direita personificada em Jair Bolsonaro (PSL), virtual presidente do Brasil a partir de 2019.
Carlos foi tão leal ao PT que na década passada articulou a exclusão da candidatura a prefeito de Natal de Rogério Marinho no PSB para juntar as principais lideranças políticas do Rio Grande do Norte em torno adivinhe de quem?
Isso mesmo. De Fátima Bezerra.
Foi em 2008.
Fátima usa o discurso contra as oligarquias com algum nível de constrangimento porque sabe que já deu as mãos aos oligarcas num passado recente.
Não é para menos.
Ela foi muito aliada dos Alves na década passada, mas também se juntou a Wilma de Faria cuja origem política é na família Maia.
No passado recente ele esteve com um legítimo representante da política tradicional como o governador Robinson Faria (PSD) e agora se junta a Ezequiel Ferreira (PSDB) e a Ricardo Motta (PSB).
VÍDEOS
As militâncias virtuais de Fátima e Carlos pipocam nas redes vídeos antigos em que Carlos pede votos para Fátima e vice e versa.
No vídeo abaixo (contendo edição), Fátima pede votos para Carlos Eduardo no segundo turno das eleições de 2012 quando o PT lhe deu um “apoio crítico”. Matreiramente, a equipe do pedetista colocou a trilha sonora do jingle de 2018. Por coincidência naquele ano o segundo turno também caiu em 28 de outubro.
Já no vídeo abaixo, Carlos Eduardo, fiador de um acordão em torno de Fátima, pede votos para a petista nas eleições para prefeito de Natal em 2008 quando ela terminou derrotada no primeiro turno por Micarla de Sousa (PV).
Resumindo: o eleitor potiguar irá as urnas escolher qual candidato contraditório vai se tornar governador.