Em qualquer país sério a luta contra a desinformação deveria ser um consenso na sociedade, mas no Brasil dos anos 2020 estamos num cenário distópico em que há pessoas que defendem o direito de enganar e serem enganadas.
O deputado federal Robinson Faria (PL), pai do ex-ministro bolsonarista Fábio Faria (PP), agiu dentro do que deveria ser consenso na sociedade votou a favor da urgência na votação do Projeto de Lei 2630/20 que regulamenta o combate as fake news.
O voto dele, que se juntou ao dos petistas Natália Bonavides e Fernando Mineiro, irritou os bolsonaristas que fizeram cobranças ao deputado nas redes sociais.
Robinson tentou se explicar. “Minha posição em votar pela urgência do PL 2630, em absoluto, não significa que eu seja favorável ao projeto.Votei a favor do regime de urgência porque acredito que chegou a hora de debater o assunto, uma vez que a proposta já foi aprovada no Senado há três anos”, escreveu no Twitter. “É o momento de a Câmara enfrentar e discutir também os pontos que destoam da liberdade de expressão. Discordo de várias das proposições deste projeto e farei o que me cabe como parlamentar: contestar e argumentar em cada uma que eu não esteja de acordo. Para finalizar, sou contra qualquer tipo de tentativa de amordaçar opiniões ou censura”, complementou.
O voto de Robinson é mais do que uma posição contra a desinformação. É uma sinalização de que não tem compromisso com o radicalismo bolsonarista e de abertura de porta para entendimento com o Governo Lula.