O ministro do desenvolvimento regional Rogério Marinho anunciou que está deixando os quadros do PSDB. A explicação oficial é de que o parlamentar estaria sem tempo para as atividades orgânicas do partido por causa do cargo que ocupa.
Vamos à nota que o ministro divulgou:
O fato de me encontrar desde fevereiro de 2019 investido no cargo de secretário especial e depois como ministro do Governo Federal me levou a um afastamento da vida orgânica do PSDB. Por essa razão, me desfilei do partido.
Agradeço o apoio que sempre tive e desejo boa sorte a seus integrantes.
Entendo que esse é um novo momento na política nacional, me sinto honrado pela missão confiada a mim pelo presidente Jair Bolsonaro: o ataque às desigualdades regionais e a diminuição do déficit de infraestrutura e mobilidade do nosso país. Essas são nossas prioridades!
Rogério Marinho
O presidente do PSDB potiguar Ezequiel Ferreira de Souza, que comanda a mesa diretora da Assembleia Legislativa corroborou com a tese de Marinho.
Leia a nota:
Nota do PSDB/RN
O amigo e ex-deputado Rogério Marinho solicitou afastamento dos quadros do PSDB/RN, em razão de estar ocupando o cargo de Ministro de Estado do Desenvolvimento Regional.
Esse pedido de desligamento da vida orgânica do nosso partido, apesar de lamentado por todos nós que fazemos o PSDB/RN foi absolutamente consensual e plenamente compreendido, em razão do momento político nacional.
Ao ministro Rogério Marinho desejamos êxito na relevante missão que desempenha, certos de que a sua presença no mais alto escalão do Governo Federal, além de fazer brilhar o nosso orgulho potiguar, oportuniza consequências positivas para o Rio Grande do Norte.
É uma honra para o nosso Estado ter Rogério Marinho ministro do Desenvolvimento Regional, cargo onde mantém o seu obstinado trabalho pelo desenvolvimento econômico e social da nossa terra e um forte elo de amizade com todos nós, que sempre lutamos por dias melhores para o Rio Grande do Norte.
Ezequiel Ferreira de Souza
Presidente do PSDB/RN
Contexto
Nada é por acaso. As versões oficiais são mera conveniência política. Há outras questões envolvidas na saída de Rogério Marinho do ninho tucano.
Ontem o presidente nacional do PSDB Bruno Araújo desceu do muro e anunciou que mesmo contra qualquer pedido de impeachment será oposição ao Governo Bolsonaro.
O presidente dos tucanos vinha sendo pressionando por lideranças do partido como FHC e o governador de São Paulo João Dória a assumir uma postura mais oposicionista.
A posição adotada deixou Marinho em situação desconfortável. Como ser ministro de um governo que o próprio partido faz oposição?
O desconforto ficou maior porque o economista Mansueto Almeida, ligado ao PSDB, pediu demissão do cargo de secretário do tesouro nacional.
Rogério ficou entre continuar ministro ou seguir no PSDB. De fato o cargo impedia que ele tivesse vida orgânica no partido como as notas informavam. Faltava explicar o que estava nas entrelinhas.