Rogério Marinho passa pano para Bolsonaro em depoimento sobre trama golpista

Foto: Marcos Corrêa/PR

com informações da Agência Brasil

O senador Rogério Marinho (PL) prestou depoimento ontem (2) ao Supremo Tribunal Federal, no inquérito que investiga a trama golpista de 8 de janeiro e o papel cumprido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nos atos criminosos.

Rogério, que há época era ministro do Desenvolvimento Regional no governo de Bolsonaro, destacou que o ex-presidente estava preocupado com o a possibilidade de bloqueios de rodovias ou algo que “prejudicasse a vida das pessoas”, e que torcia por uma transição com “civilidade”.

“Todos estávamos chateados, não esperávamos a derrota. […] Eu via o presidente preocupado para não haver bloqueio de rodovias ou algo que prejudicasse a vida das pessoas, algo que atrapalhasse a economia ou a mudança do comando do país”, disse Marinho.

Rogério foi a última das testemunhas ouvidas pelo STF.

Próximos passos 

Com o fim dos depoimentos das testemunhas, o interrogatório de Bolsonaro e dos demais réus foi marcado para a próxima segunda-feira (9).

A expectativa é de que o julgamento que vai decidir pela condenação ou absolvição do ex-presidente e dos demais réus ocorra neste ano. Em caso de condenação, as penas passam de 30 anos de prisão.

Os réus respondem pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

Núcleo 1

Os oito réus compõem o chamado núcleo crucial do golpe, o núcleo 1, e tiveram a denúncia aceita por unanimidade pela Primeira Turma do STF em 26 de março. São eles:

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  • Walter Braga Netto, general de Exército, ex-ministro e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022;
  • General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Paulo Sérgio Nogueira, general do Exército e ex-ministro da Defesa;
  • Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.