O senador Rogério Marinho (PL) é muito menos do que um político que se julga como sendo uma pessoa pública de fora do Tiktok. Ele sabe das pautas impopulares que defende e o quanto será difícil para ele vencer uma eleição majoritária em dois turnos.
A vitória para o Senado em 2022 só foi possível graças a uma conjunção de fatores, como a divisão dos votos lulistas e o fato de ser uma eleição de maioria simples.
Para o Governo do Estado, Rogério sabe que para vencer com discurso bolsonarista num Estado lulista ele vai precisar eliminar qualquer concorrência na direita numa eleição de dois turnos.
Uma delas, Rogério já resolveu. Vai colocar o senador Styvenson Valentim (PSDB) para disputar a reeleição em 2026.
Agora Styvenson é colocado como um paredão dos interesses de Rogério. Colocar Styvenson como nome para o Governo no levantamento do Instituto Paraná Pesquisas não faz sentido na análise de cenário.
A não ser para atender Rogério no objetivo de baixar a bola dos principais nomes da direita na disputa pelo Governo do Rio Grande do Norte: o prefeito de Mossoró Allyson Bezerra (UB) e o ex-prefeito de Natal Álvaro Dias (Republicanos).
Na pesquisa, do instituto que trabalha para o PL, Styvenson lidera na frente de Allyson e Álvaro. Já para o Senado, Styvenson e Álvaro seriam os eleitos.
Para Allyson, o recado é de que ele não é tão favorito quanto pensa. Para Álvaro o aviso é de que é mais fácil ele se eleger senador.
No fundo, Rogério quer todos fora da disputa para polarizar com o PT, apostando no desgaste da governadora Fátima Bezerra.
Lembra muito a estratégia de Henrique Alves (na época MDB) para o Governo em 2014. Ele seduziu a líder nas pesquisas para Governo e Senado, Wilma de Faria (na época no PSB), com a ideia de que era mais fácil ela se eleger senadora.
No final, deu Robinson Faria (na época no PSD) governador e Fátima Bezerra senadora.
A história de Rogério está em construção, mas o recado de Henrique vem do passado.